Há diferença no desempenho de equipes vencedoras e perdedoras em jogos reduzidos de futebol?
Por Vanessa Menezes Menegassi (Autor), Paulo Henrique Borges (Autor), Leandro Rechenchosky (Autor), Matheus de Oliveira Jaime (Autor).
Em VII Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
INTRODUÇÃO: Os jogos reduzidos vêm sendo amplamente empregados no treinamento de futebolistas, tanto no âmbito da formação quanto na busca pelo alto rendimento. Acredita-se que o desempenho nestes se assemelha ao exigido em situação de jogo real. OBJETIVO: Comparar a performance física, demanda fisiológica e o desempenho técnico de equipes vencedoras e perdedoras durante jogos reduzidos de futebol. MÉTODOS: A amostra foi constituída por 33 jogadores (15,7 ± 0,9 anos) divididos em dois grupos, vencedores (17) e perdedores (16). Os jogadores foram separados em equipes similares conforme avaliação subjetiva dos técnicos, consideração seu posicionamento (defesa, meio, ataque). Todos executaram o jogo no formato do teste GR3-3GR, com dois tempos de 4 min e regras adaptadas. As características de movimentação e a demanda fisiológica foram quantificadas por meio da utilização de um GPS portátil (GPSports© SPI Pro X) e um monitor cardíaco (Polar T34), considerando variáveis associadas a distância e velocidade percorridas bem como as respostas da frequência cardíaca. A percepção subjetiva de esforço foi medida utilizando a escala de BORG 6 - 20. O desempenho técnico foi avaliado conforme a frequência de execução das habilidades técnicas passe efetivo, passe, domínio, virada, drible, cabeceio, interceptação, roubada de bola, finalização e gol, por análise notacional de vídeo. Para análise dos dados foram empregados os testes de Shapiro-Wilk e t-independent. A significância foi estabelecida em 5%. RESULTADOS: O grupo vencedor percorreu menores distâncias em caminhada (298,1 ± 32,2 vs. 324,2 ± 34,7 m) e maiores distâncias em deslocamento de baixa-intensidade (441,6 ± 70,9 vs. 386,0 ± 63,2 m) comparado ao grupo de perdedores (p = 0,03 e p = 0,02). Não foram verificadas diferenças significativas em nenhuma das variáveis fisiológicas analisadas. Se tratando do desempenho técnico, os grupos diferiram somente no número de finalizações (4,0 ± 2,1 vs. 2,6 ± 1,2) e gols realizados (1,9 ± 1,2 vs. 1,1 ± 0,9), sendo que os vitoriosos executaram mais estas ações (p = 0,03). CONCLUSÃO: O grupo vitorioso percorreu maiores distâncias de deslocamento em baixa-intensidade e menores distâncias em caminhada. Considerando as ações técnicas, o grupo vencedor finalizou mais vezes e conquistou mais gols. Em equipes homogêneas, a vitória talvez possa ser explicada por indicadores táticos relacionados a eficiência no gerenciamento do jogo e na tomada de decisão. Sugere-se que esta dimensão seja inserida em análises futuras, objetivando interpretar o fenômeno competitivo em sua totalidade