Resumo

Objetivos:

Este estudo tem como objetivo analisar as percepções de mulheres que ocupam cargos de liderança no esporte sobre a participação feminina como treinadora da seleção brasileira de handebol feminino.

Método:

Oferecemos um estudo de caso qualitativo. Os dados coletados foram por meio de entrevistas de elite em profundidade. As respostas dos entrevistados foram analisadas e interpretadas por meio da construção de categorias.

Resultados:

Os achados mostram percepções do processo de categorização. Emergiram três categorias principais: 1) Preconceito. Os entrevistados afirmam que o preconceito dentro do esporte vem diminuindo ao longo dos anos. Mas permanece latente e continua dificultando a continuidade e ascensão das mulheres no esporte. 2) Vida profissional e pessoal. Os entrevistados afirmam que o Brasil ainda é um país machista e, mesmo em nível inferior, o preconceito ainda existe no universo esportivo. O esporte é conhecido como um território onde os homens produzem e demonstram sua masculinidade; isso favorece a percepção de que os treinadores geralmente são homens, tendo questões específicas sobre a competência feminina nesse cargo, e que somente homens seriam capazes de comandar equipes. 3) Competência. A conciliação entre vida familiar e profissional é uma situação delicada, promove conflitos e não favorece a ascensão de mulheres em cargos de comando. Apesar disso, a dificuldade de conciliar a vida pessoal e profissional, principalmente no esporte de alto rendimento, é a necessidade de sair de casa por períodos prolongados para treinamento ou competição.

Conclusão:

O preconceito ainda está presente apesar de sua redução ao longo dos anos. Os homens dominam a carreira esportiva, e para as mulheres é preciso enfrentar o teto de vidro e provar sua capacidade constantemente. O acesso das mulheres às equipes principais, como a seleção brasileira de handebol feminino adulto, ainda é um grande desafio. 

Acessar