Habemus Nero e Ele Gosta de Críquete
Resumo
Para Selma
Fazer boa historiografia não é tarefa fácil. Nosso querido Victor Melo, articulador deste blog aqui, que o diga. Deve-se consultar diversas fontes, amassar o barro e talvez nem seja esta a função deste nosso historia(s) do sport – no qual contamos historias com boas fontes, não com o intuito de exauri-las, mas sim de provocar novas reflexões.
Peguemos o exemplo do tirano ai do título, o Nero – opa, chamei de tirano? Quais minhas fontes? Há muitas, mas devemos sempre pensar que, tal como hoje, a política romana não era feita de anjos, mas sim de pessoas e grupos que disputavam o poder e o controle do estado, vivendo em meio a tensões e disputas internas, e guerras externas. Nero tornou-se imperador em 54, com apenas 16 anos, e muitos grupos (incluindo nestes a sua mãe Agripina, a qual foi suspeita de ter envenenado e assassinado Claudio, o imperador a quem Nero substituiu) tentavam influenciar as direções de seu governo. Amante das artes e dos jogos, Nero construiu diversos teatros e ginásios. Entretanto, acredito que para grande parte das pessoas, a simples menção do seu nome gera uma associação com um maluco que tocava harpa enquanto Roma, sua cidade, ardia em chamas. Afinal, quantas caricaturas já vimos embasadas neste tema?