Habilidades para a vida: contribuição do esporte para o desenvolvimento pessoal em atletas amadores
Por Gustavo Baroni Araujo (Autor), Caroline Keiko Uemura Izac (Autor), Murilo Luiz Burim (Autor), Maria Fernanda Gabriel Santos (Autor), Helio Serassuelo Junior (Autor), Maria Angélica Alves Morais (Autor).
Em 47º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
A prática esportiva desempenha um papel fundamental no desenvolvimento de habilidades para a vida, onde competências essenciais relacionadas ao esporte são transferíveis para diversos contextos da vida cotidiana. Neste sentido, analisar o desenvolvimento dessas competências em atletas amadores é fundamental para compreender como dinâmicas de jogo, interações sociais e demandas físicas podem influenciar no desenvolvimento de habilidades para a vida, considerando que modalidades coletivas diferem em aspectos como número de participantes por equipe, regras específicas e estratégias de jogo. Objetivo: Comparar as habilidades para a vida através do esporte em atletas que praticam beach tennis e voleibol de forma recreativa. Métodos: A amostra foi composta por 112 atletas amadores praticantes de beach tennis (n=54) e voleibol (n=58) com média de idade de 33,5 ± 12,71 anos. A média do tempo de prática da amostra foi de 9±4,59 anos. O instrumento aplicado foi a “Escala de Habilidades para Vida” (P-LSSS) validada para o contexto brasileiro. Esse instrumento apresenta oito dimensões de habilidades para a vida: trabalho em equipe, estabelecimento de metas, habilidades sociais, solução de problemas, habilidades emocionais, liderança, controle do tempo e comunicação. O escore de cada dimensão é calculado a partir da pontuação dos itens que a compõem, sendo que maiores valores indicam maior percepção do indivíduo sobre aquela habilidade. O teste U de Mann-Whitney foi utilizado para a comparação das amostras independentes. Os resultados dos escores das oito habilidades são apresentados em mediana [Q1-Q3] e significância (p<0,05). Todas as análises foram realizadas no SPSS 29. O estudo faz parte do projeto de pesquisa “Motivação para à prática de esporte/exercício físico e qualidade de vida relacionada à saúde de jovens e adultos” (Parecer nº 5.017.741) vínculo à Universidade Estadual de Londrina. Resultados: Foram encontradas diferenças estatisticamente significativas em três das oito habilidades para a vida através do esporte. O escore da dimensão “trabalho em equipe” foi superior em atletas de voleibol (Md= 4,50 [4,00-5,00]) em comparação aos atletas de beach tennis (Md= 4,25 [3,68-5,00]); p=0,04. De forma semelhante, atletas de voleibol apresentaram maior desenvolvimento da dimensão “liderança” (Md= 4,40 [4,00-4,95]) em comparação aos de beach tennis (Md= 4,20 [3,80-4,60]); p=0,02. Em relação a habilidade “comunicação” foi possível observar que praticantes de voleibol apresentam maior desenvolvimento (Md= 4,25 [3,75-4,75]) em comparação aos praticantes de beach tennis (Md= 4,00 [3,25-4,75]); p=0,04. Conclusão: Os resultados sugerem que o contexto específico e as dinâmicas de cada modalidade influenciam de maneira distinta certas competências. Pode-se ainda observar que, apesar dos atletas praticarem de forma amadora as modalidades esportivas analisadas, os participantes do voleibol apresentaram maior desenvolvimento das habilidades “trabalho em equipe”, “liderança” e “comunicação” em comparação aos atletas do beach tennis. Esses resultados reforçam a importância da prática esportiva coletiva para o indivíduo, apresentando-se como uma importante ferramenta para o desenvolvimento do comportamento de liderança e trabalho em equipe, habilidades essas, essenciais para motivar e inspirar grupos de forma positiva.