Resumo

Estudos recentes sobre estilo de vida saudável afirmam que a expectativa de vida da população pode aumentar em até 53%, enquanto que assistência médica, genética e meio ambiente contribuem 10%, 17% e 20%, respectivamente, nesse aumento. Resultados de estudos epidemiológicos demonstram que mais da metade dos brasileiros é sedentária, e possui uma má alimentação, baseada em refrigerantes e alimentos pouco nutritivos. Reconhecendo esse cenário e considerando que os hábitos saudáveis são constituídos, em sua maioria, na infância, incluindo o contexto escolar, há a urgência em encontrar caminhos que possam reverter tal cenário. Uma dessas possibilidades está sendo estudada e desenvolvida por meio de um programa federal de iniciação à docência na área da Educação Física. Esse programa tem como uma das metas, promover a aquisição de conhecimentos e de habilidades autorregulatórias ligados ao estilo de vida saudável. Considerando a necessidade de conhecer sobre como e o que as crianças se alimentam, o presente estudo objetivou identificar os hábitos alimentares de 108 alunos do 6° e 7° ano de uma escola pública do Ensino Fundamental II do município de Rio Claro, SP. Os dados sobre hábitos alimentares foram coletados por meio de um questionário de frequência e recordatório alimentar, enquanto as variáveis antropométricas mensuradas foram, massa corporal, estatura e espessura de dobras cutâneas tricipital e subescapular. Resultados parciais apontaram que os estudantes se alimentam basicamente na escola de doces - refrigerantes (42,6%), balas (18,5%), chocolates (34,2%), sorvetes (51,8%), na cantina, bolachas recheadas (34,1%), doces em geral (25,9%), salgadinho -chips' (26,8%) e refrigerante (18,5%), trazidos de casa. Na escola, se alimentam de nuggets de frango (55,5%) e macarrão ao molho de carne ou salsicha (39,8%). Dados complementares de outras avaliações mostraram, ainda, que o percentual de gordura corporal relativa é moderadamente alto, para meninos (20,37%), e ótimo para meninas (23,41%) dessa faixa etária. Reconhecendo esse cenário desafiador, esse estudo espera contribuir para que os resultados parciais acerca dados sobre hábitos alimentares, incluindo os de outras avaliações complementares (aptidão física e nível de atividade física, por exemplo) possam fornecer evidências para o planejamento de ações na escola e com a escola, que promovam as mudanças necessárias para a aquisição de conhecimentos sobre os hábitos desejáveis para um estilo de vida saudável desde a idade escolar.

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