Resumo
A condição de saúde tende a decrescer com o aumento da idade. A interferência das pessoas mais velhas, no sistema social e familiar, acaba tornando-se um transtorno em termos financeiros e ocupação de leitos em hospitais e clínicas, pois o idoso tem sido associado com problemas de saúde ou incapacidade. Dentre estes problemas, a osteoporose destaca-se entre as alterações ósseas, devido ao risco elevado de fraturas e a conseqüente incapacidade funcional. Desse modo, um estudo para verificar a possível associação da densidade mineral óssea com os hábitos de atividades físicas e o histórico de vida de pessoas com idade acima de 80 anos tende a ser algo promissor para tentar compreender este processo de possíveis perdas físicas e de ganhos em experiência de vida. Este foi o objetivo desta pesquisa de caráter descritivo retrospectivo. O exame de Densidade Mineral Óssea (DMO) na coluna e no colo do fêmur, medido por dupla emissão com fontes de raio X (DXA), foi realizado em 52 idosos com faixa etária média de 85,12 anos (80 a 94 anos de idade). Uma entrevista foi efetuada com o propósito de resgatar os seguintes fatores: níveis de atividade física praticados em vários períodos da vida, desde a infância até a fase adulta, os hábitos alimentares, moradia, lazer, profissão, uso de medicamentos, cigarro, álcool, doenças e outros fatores, que pudessem estar relacionados com a DMO atual. Foi verificada uma relação negativa com a idade, tanto na coluna como no colo do fêmur, nas mulheres, e somente no colo do fêmur nos homens. Correlação positiva foi obtida entre a DMO do colo e o IMC das mulheres, e com a estatura, tanto na coluna como no colo do fêmur, nos homens. O nível médio de atividades físicas (AFs) durante toda a vida foi categorizado como Leve. Isto pode ser um fator relevante para a alta incidência (cerca de 94,1%) de osteopatias na faixa etária desses idosos. A literatura preconiza atividades de intensidade moderada à pesada, principalmente nas fases relacionadas com o pico de massa óssea. Assim, não houve correlação significativa entre as AFs e a DMO em ambos os sexos. Entretanto esses idosos foram considerados pessoas mais ativas em todas as fases da vida, destacando um nível de atividade mais acentuado em períodos mais jovens. Isto pode ter contribuído para serem independentes do ponto de vista locomotor e a uma menor incidência de osteoporose. Concluiu-se que o nível Leve de AF e demais fatores considerados benéficos para a DMO parecem contribuir para uma incidência mínima de Osteoporose em pessoas com idade superior a 80 anos.