Habitus e Prática da Dança: Uma Análise Sociológica
Por Silvana dos Santos Silva (Autor), Cristina Carta Cardoso de Medeiros (Autor), Wanderley Marchi Júnior (Autor).
Em Motriz v. 18, n 3, 2012. Da página 465 a 475
Resumo
O presente texto relata o estudo que consistiu em uma pesquisa descritiva com abordagem qualitativa cujo objetivo foi investigar quais disposições e capitais influenciam adolescentes para a prática
da dança na cidade de Toledo – PR. A partir de um recorte específico procurou-se descrever os tipos de capitais que influenciam os agentes sociais para a prática da dança e para a escolha de diferentes
modalidades, relatando os sentidos e significados que os dançarinos, como agentes sociais, atribuem à dança e discutindo o efeito da dança na incorporação de disposições e na formação do habitus dos
indivíduos. Como referencial teórico-metodológico elegeu-se a teoria sociológica de Pierre Bourdieu, enfatizando-se a utilização instrumental de alguns de seus conceitos tais como habitus, capital cultural,
capital social, capital econômico, capital simbólico e campo. A amostra foi composta por sessenta e oito indivíduos entre doze e dezessete anos para os quais foi aplicado, como instrumento de coleta de dados, um questionário com perguntas abertas e fechadas. A investigação revelou que a constituição das disposições artísticas para a dança e a escolha das modalidades são influenciadas pelo capital econômico, capital social, capital simbólico e capital cultural, em suas três formas (incorporado, institucionalizado e objetivado). Os resultados apontaram que os agentes enfrentam algumas dificuldades para a manutenção da prática, porém, incorporam por meio da dança novas disposições que os levam a se organizar e mobilizar esforços, inclusive de seus familiares, para manterem-se no “universo da dança”, como praticantes e como apreciadores.