Resumo

Os fatores genéticos e ambientais contribuem para o desenvolvimento do risco cardiovascular e essa influência pode ser diferenciada por fatores característicos de cada população, idade e sexo. Objetivo: investigar a herdabilidade de variáveis antropométricas e marcadores bioquímicos como preditores do risco cardiovascular em homens e mulheres de diferentes faixas etárias, utilizando o método de gêmeos. Métodos: Amostra composta por 130 gêmeos, sendo do sexo feminino 42 monozigotos e 32 dizigotos e do sexo masculino 28 monozigotos e 28 dizigotos, residentes na região metropolitana de Natal/RN, Brasil. Como medidas antropométricas foram aferidas a estatura, massa corporal, circunferência da cintura (CC), somatório de dobras cutâneas (∑DC), percentual de gordura CUN-BAE, IMC e índice de conicidade. Os marcadores bioquímicos analisados foram: glicemia de jejum (GLI), colesterol total (COL), HDL-C, LDL-C e triglicerídeos (TG). Após o tratamento dos dados foi aplicado o índice de herdabilidade (h2) = ((S² DZ – S² MZ) / S² DZ) x 100; separado por sexo e idade. Resultados: As variáveis apresentaram comportamento de hereditariedade diferenciado para homens e mulheres, dependendo da idade. As variáveis com maior herdabilidade foram: ∑DC, GLI, HDL, TG, nos homens; e IMC, CC, ∑DC, GLI, HDL-C e TG nas mulheres. E as variáveis mais influenciadas pelo ambiente foram: Massa, IMC, COL, LDL-C, nos homens; massa e LDL-C nas mulheres. Conclusão: As diferenças por sexo do índice de herdabilidade para os preditores do risco cardiovascular podem auxiliar no planejamento de estratégias de intervenção específicas de acordo com o sexo e estágio da vida desse indivíduo. É a partir do nível de influência ambiental que poderá correr as intervenções para modificações dos componentes relacionados ao risco cardiovascular