Hiit, treinamento resistido e fatores de risco em adolescentes: Uma revisão sistemática
Por Waynne Ferreira de Faria (Autor), Filipe Rodrigues Mendonça (Autor), Antonio Stabelini Neto (Autor).
Em Revista Brasileira de Medicina do Esporte v. 26, n 6, 2020.
Resumo
Tem sido evidenciado que o exercício físico combinado é uma abordagem não farmacológica eficiente no âmbito da saúde pública, uma vez que tem demonstrado resultados satisfatórios na prevenção, tratamento e controle de diversas morbidades. Portanto, é essencial a sistematização do conhecimento atual para que profissionais envolvidos na prescrição de exercícios físicos possam fazê-lo baseados em evidências. Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi realizar uma revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados para verificar as alterações dos fatores de risco cardiometabólicos induzidas pelo treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT) e treinamento resistido (TR) em adolescentes. A busca sistemática foi realizada nas seguintes bases de dados: Pubmed, ScienceDirect, Cochrane, LILACS e Scielo. Inicialmente foram identificados 933 estudos, em seguida, dois pesquisadores eliminaram as duplicações e os manuscritos que não atenderam aos critérios de elegibilidade. Assim, foram incluídos dois artigos que atenderam aos critérios de inclusão: ensaio clínico randomizado conduzido com adolescentes (10 a 19 anos) de ambos os sexos, intervenção com duração de, pelo menos, quatro semanas, que prescreveu HIIT e TR na mesma sessão ou não, e avaliação de, pelo menos, um fator de risco cardiometabólico. Os resultados demonstraram que oito a 12 semanas de HIIT e TR, sem intervenção nutricional, foram eficazes para reduzir significativamente a circunferência da cintura e o percentual de gordura. Entretanto, os dados pertinentes à eficácia dessa combinação sobre o risco de desenvolvimento de diabetes mellitus tipo 2 e hipertensão arterial são controversos. Diante do exposto, verifica-se, a partir dos estudos incluídos, que a combinação de HIIT e TR tem o potencial de reduzir fatores de risco cardiometabólicos em adolescentes, portanto, novos estudos devem ser realizados para determinar a efetividade dessa prescrição de exercícios físicos.