Resumo

Através desta pesquisa, procuramos investigar e analisar a história das políticas públicas de esporte em Cuba pós-revolução, mais especificamente entre janeiro de 1959 e março de 1980. O recorte cronológico da pesquisa abrange as gestões dos quatro primeiros ocupantes do cargo de diretor-geral de esportes em Cuba após a Revolução. São eles: Felipe Guerra Matos, José Llanusa Gobel, Jesus Betancourt Acosta, e Jorge García Bango. Em janeiro de 1959, o governo revolucionário criou a Dirección General de Deportes (DGD) e Felipe Guerra Matos foi nomeado para o cargo de diretor-geral de esportes. Em fevereiro de 1961, a DGD foi oficialmente dissolvida e substituída pelo recém-criado Instituto Nacional de Deportes, Educación Física y Recreación (INDER), enquanto Felipe Guerra Matos foi substituído por José Llanusa no cargo de diretor-geral de esportes. Em outubro de 1965, Jesus Betancourt assumiu o cargo de diretor-geral de esportes após a transferência de Llanusa para o ministério da educação. Em janeiro de 1967, Jesus Betancourt foi substituído por Jorge García Bango no cargo de diretor-geral de esportes, permanecendo à frente do INDER até março de 1980. A presente pesquisa consistiu na consulta e na análise das seguintes fontes: a legislação cubana; o acervo do Salón del Deporte Cubano (SDC); a documentação do governo dos Estados Unidos, recentemente à disposição nos acervos digitais da Central Intelligence Agency (CIA), dos National Archives e do Departamento de Justiça; e, por fim, algumas publicações da imprensa cubana à época, quais sejam, o semanário esportivo Listos Para Vencer, a revista El Deporte, o jornal Diario de la Marina, a revista Bohemia e a Revista CUBA. Ao longo da pesquisa, identificamos sete tipos de políticas públicas de esporte em Cuba pós-revolução: a) políticas de promoção de atividades esportivas; b) políticas de provimento de infraestrutura esportiva; c) políticas de promoção do esporte de alto rendimento; d) políticas de esporte escolar; e) políticas de formação profissional; f) políticas de provimento de materiais esportivos; g) políticas de intercâmbio esportivo e cooperação internacional. Outrossim, as políticas públicas de esporte em Cuba pós-revolução estiveram atreladas a três linhas estratégicas, quais sejam: primeiramente, uma “línea de la masividad”, pautada pela democratização do acesso ao esporte e pela subsequente massificação da prática esportiva; na sequência, uma linha pedagógica ou educacional, pautada formação do “homem novo” no campo esportivo; e, por fim, uma “línea de la calidad”, pautada pela elevação da qualidade técnica dos atletas cubanos mediante a aplicação dos avanços da ciência e da tecnologia ao treinamento esportivo. Nesse sentido, a presente pesquisa avança em relação às demais na medida em que, por meio dela, realizamos descobertas sobre as continuidades e descontinuidades das ações do Estado cubano no setor esportivo, bem como sobre as causas e consequências de sua implementação.

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