Resumo

A partir da experiência com a pesquisa historiográfica pretendo analisar a produção acadêmica em periódicos científicos publicados no Brasil sobre o tema esporte e gênero no intuito de discutir sobre construções, representações e relações de gênero no campo das práticas corporais e esportivas, mais especificamente, no futebol. A categoria gênero é observada como categoria identitária, analítica e política evidenciando alguns dos mecanismos por meio dos quais as práticas corporais e esportivas produzem os sentidos do feminino e do masculino seja para reforçá-los, seja para contestá-los. Da análise deste material abordarei aspectos relacionados a aspectos históricos do futebol com ênfase na interdição das mulheres a sua prática por quase quarenta anos e os desdobramentos dela decorrentes. Ressalto que o pouco reconhecimento que o futebol praticado por mulheres tem no cenário contemporâneo resulta de aspectos históricos relacionados às questões de gênero, as quais, em grande medida estão relacionados à performance dos corpos, à representações normatizadas de feminilidade e à heterossexualidade compulsória. Por fim, elenco alguns temas na tentativa da construção de uma agenda política e pedagógica direcionada para minimizar as desigualdades vivenciadas entre homens e mulheres no futebol em suas múltiplas dimensões. Destaco, ainda, a necessidade de maiores investimento nos aportes teóricos advindos dos feminismos dada sua inegável contribuição para compreender a estruturação do esporte, no caso o futebol, visto aqui como espaço generificado e generificador não porque reflete as desigualdades e diferenciações da sociedade, mas, fundamentalmente, porque as produze e reproduz.

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