Editora Appris. None 2014. 273 páginas.

Sobre

Os ginásios vocacionais, criados na década de 1960, foram a mais significativa e importante experiência educacional do estado de São Paulo. O projeto educacional objetivava a inserção dos indivíduos no meio social em que viviam e a redefinição de valores. O currículo era marcado por temas sociais e pela interdisciplinaridade, e as atividades desenvolvidas se caracterizavam pelo trabalho em equipe, reflexão, entusiasmo e idealismo de alunos e professores.
Metodologicamente, o autor percorreu um longo caminho. Enfrentou desafios na procura de documentos oficiais e particulares alguns deles usados pela primeira vez e analisou registros da memória individual e coletiva de educadores que participaram deste projeto desde o início. Em sua pesquisa, identificou conflitos e diferenças existentes na cúpula administrativa do chamado Serviço do Ensino Vocacional (SEV). Em 1968, durante a tentativa de se fazer uma sistematização da experiência, estes conflitos afloraram. Na mesma época foi promulgado o AI-5 e, com as restrições impostas pela ditadura na qual vivíamos, as escolas foram fechadas e muitas de suas lideranças presas, mas os ideais desta experiência estão vivos e têm servido de referência para muitas outras escolas.
Profa. Dra. Ernesta Zamboni

O percurso da investigação desenvolvida por Daniel Chiozzini evidencia que não foi resultado de uma escolha aleatória, com o intuito de simplesmente preencher uma lacuna sobre o tema, uma vez que já existem outros estudos sobre as experiências das escolas vocacionais. A obra é resultado uma pesquisa iniciada no Mestrado e desenvolvida no Doutorado, na qual o autor enveredou pelos dilemas de um projeto inovador, pensado e construído em meio a debates e confrontos, mas que tinha como alicerce fundamental a atuação dos professores, situados na trama como seus principais personagens. Trata-se, assim, de um livro cuidadosamente elaborado por um educador representante de uma nova geração de historiadores da educação que situam a escola como espaço de produção cultural e de saberes, assim como lugar de confrontos epistemológicos e políticos.
Profa. Dra. Circe Bittencourt

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