Resumo
Do governo JK até o golpe militar o país viveu um período de grande politização e de tensionamentos da sociedade, com debates que giravam em torno, principalmente, do nacionalismo e das reformas de base. Para o Movimento Estudantil em geral não foi diferente. O recorte histórico da pesquisa tem início na greve dos estudantes da Escola Nacional de Educação Física e Desportos da Universidade do Brasil que paralisou as aulas por seis meses e que levou à fundação da União Nacional de Estudantes de Educação Física , assim como, a organização do primeiro Congresso Nacional de Estudantes de Educação Física ocorrido no Rio de Janeiro, e estende-se até o Golpe Militar de 64. Essa pesquisa tem como objetivos investigar e analisar a história da atuação do Diretório Acadêmico da Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul perante a conjuntura do Movimento Estudantil e das questões pontuais da Escola. Este é um estudo historiográfico que utiliza como fontes primárias depoimentos de ex-dirigentes do Movimento Estudantil, atas dos conselhos colegiados da ESEF e documentos do DA. A entidade esteve a frente de importantes mobilizações estudantis como o movimento que exigia a demissão do Diretor Frederico Gaelzer e teve papel vital na mudança da Escola para sua sede própria. A articulação com os outros DAs de Educação Física do país dava-se principalmente nos Congressos da UNE e que levou Porto Alegre a sediar dois Congressos Nacionais de Estudantes de Educação Física. As pautas do movimento estudantil da ESEF era composta basicamente por assuntos de cunho acadêmico como a representação discente nos conselhos colegiados e a qualidade do ensino. Consideramos que apesar de uma certa descontinuidade, o Diretório teve papel importante na conscientização dos alunos em relação dos problemas da Escola e mostrando seu poder de mobilização estudantil.