HIV, atividade física e marcadores metabólicos
Por Marina Louzada Gumz (Autor), Joana Perotta Titon (Autor), Lirane Ferreto (Autor), Franciele Aní Caovilla Follador (Autor), Ana Paula Vieira (Autor), Guilherme Welter Wendt (Autor).
Em Revista Brasileira de Ciência & Movimento v. 30, n 2, 2022.
Resumo
Os avanços tecnológicos das últimas décadas impulsionaram os métodos de tratamento contra a infecção pelo HIV, como a terapia antirretroviral (High Active Antiretroviral Therapy- HAART), que trouxe melhorias para a qualidade de vida dos portadores do vírus HIV. No entanto, efeitos colaterais do tratamento podem contribuir para o aumento nas taxas de colesterol e índices de gordura localizada. Assim, o objetivo deste trabalho foi de avaliar a relação entre o nível de atividade física de pessoas com 50 anos ou mais vivendo com HIV/AIDS e sua relação com alterações metabólicas. Trata-se de um estudo observacional, de corte transversal, conduzido com pacientes HIV assistidos em um Serviço de Atendimento Especializado em HIV/Aids, localizado no município de Francisco Beltrão – Estado do Paraná, Brasil. Foram coletados dados sociodemograficos, metabólicos, de atividade física, tempo de infecção, uso de medicamentos antirretrovirais, taxa de linfócitos TCD4+ e ocorrência de infecções oportunistas. Os achados indicaram uma prevalência de atividade física de 69,2%, o que é superior aos valores gerais da população brasileira. Ademais, os participantes classificados como fisicamente ativos apresentaram HDL e colesterol total elevados, indicando uma possível influência da prática esportiva e/ou tratamento HAART nos parâmetros metabólicos. Implicações e limitações são discutidas, sendo enfatizado o fato de que os dados apresentados são importantes para o planejamento de ações de prevenção e intervenção em saúde coletiva com relativo baixo custo. Porém, é preciso ter em perspectiva que, muitas vezes, o acesso à essa população é restrito e que questões relativas ao estigma e preconceito precisam ser ainda superadas.