Resumo

O esporte moderno produz e faz circular uma série de representações e naturalizações, incluindo gênero e violência. Nesse trabalho discuto como esses processos de naturalização permitem que os comportamentos de atletas e espectadores sejam avaliados como normais ou desviantes no esporte de alto rendimento. Para tanto, problematizo a cobertura da imprensa esportiva sobre os desdobramentos do confronto Sada Cruzeiro versus Vôlei Futuro pela Superliga masculina de voleibol, edição de 2011. Nesse confronto, o jogador Michael, meio de rede do Vôlei Futuro, alegou ter sido vítima de homofobia por parte da torcida adversária. A partir do conceito de gênero analiso como esse comportamento parecia justificar-se nesse ambiente esportivo assim como destacar sua invisibilidade, uma vez que as reclamações do atleta não foram identificadas pela imprensa esportiva ou pelos representantes da Confederação Brasileira de Voleibol. Nesse cenário é possível discutir os marcadores que permitem avaliar uma masculinidade como adequada ou inadequada e, também, o que é violento ou não nesse contexto.

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