Hostilidade Pré-competitiva de Atletas Juvenis: Investigando Ambos os Sexos nas Modalidades de Futsal e Voleibol
Por Karine Aparecida dos Santos Vaz (Autor), Gesiliane Aparecida Lima Kreve (Autor), Aluísio Menin Mendes (Autor), Diogo Bertella Foschiera (Autor).
Em 43º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
Introdução: Sentimentos e emoções, quando em níveis adequados, podem propiciar ao atleta as melhores condições competitivas. Nesse sentido, a literatura aponta que a hostilidade, quando mantida em níveis baixos, contribui para as melhores decisões do atleta durante a competição. Dada a importância do controle da hostilidade para o melhor desempenho esportivo, torna-se válido investigar os fatores associados à esta variável para melhor compreendê-la. Objetivo: Analisar as possíveis associações entre o tipo de modalidade e sexo com os índices de hostilidade pré-competitiva de atletas juvenis. Materiais e Métodos: Estudo transversal, realizado com 55 atletas de ambos os sexos (M=36/ 65,5%; F=19/ 34,5%), com idade média de 15,2±1,29 anos, praticantes de futsal (n=22/ 40%) e voleibol (n=33/ 60%). A amostra foi dividida em quatro grupos, de acordo com o sexo e modalidade. Para avaliação dos índices de hostilidade pré-competitiva foi utilizado o Profile Mood States – POMS, que estabelece um escore médio da hostilidade em um intervalo de 1 a 24. Os dados foram coletados nos locais de treinamento, na semana que antecedeu à participação dos atletas em competições estaduais. A normalidade dos dados foi avaliada por meio do teste Kolmogorov-Smirnov. O teste Kruskal-Wallis foi utilizado para analisar as diferenças entre os níveis de hostilidade de cada grupo. Um valor de significância de p<0,05 foi utilizado em todos os testes. A pesquisa foi aprovada pelo CEP/IFPR, por meio do parecer no 3.218.342. Resultados: O maior índice de hostilidade foi apresentado pelas atletas de voleibol feminino, com escore médio de 6,90±4,50. As atletas de futsal feminino apresentaram maiores índices de hostilidade (5,00±4,82) que as equipes masculinas de ambas as modalidades. Dentre as equipes masculinas, os atletas de futsal apresentaram maior índice de hostilidade (3,38±2,29) que os atletas de voleibol (2,00±2,50). Foram observadas diferenças significativas entre os grupos (p<0,01). Conclusão: Os resultados apontam que modalidade e sexo impactam os níveis de hostilidade dos atletas no momento pré-competitivo. O sexo feminino apresentou maiores índices de hostilidade em ambas as modalidades, sugerindo o sexo enquanto um previsor mais forte dos níveis de hostilidade. Nesse sentido, cabe ressaltar a necessidade da atenção às condições psicológicas das equipes femininas, uma vez que, estas parecem ser mais suscetíveis a desajustes emocionais, os quais podem comprometer seu desempenho.