Resumo

Introdução: Sentimentos e emoções, quando em níveis adequados, podem propiciar ao atleta as melhores condições competitivas. Nesse sentido, a literatura aponta que a hostilidade, quando mantida em níveis baixos, contribui para as melhores decisões do atleta durante a competição. Dada a importância do controle da hostilidade para o melhor desempenho esportivo, torna-se válido investigar os fatores associados à esta variável para melhor compreendê-la. Objetivo: Analisar as possíveis associações entre o tipo de modalidade e sexo com os índices de hostilidade pré-competitiva de atletas juvenis. Materiais e Métodos: Estudo transversal, realizado com 55 atletas de ambos os sexos (M=36/ 65,5%; F=19/ 34,5%), com idade média de 15,2±1,29 anos, praticantes de futsal (n=22/ 40%) e voleibol (n=33/ 60%). A amostra foi dividida em quatro grupos, de acordo com o sexo e modalidade. Para avaliação dos índices de hostilidade pré-competitiva foi utilizado o Profile Mood States – POMS, que estabelece um escore médio da hostilidade em um intervalo de 1 a 24. Os dados foram coletados nos locais de treinamento, na semana que antecedeu à participação dos atletas em competições estaduais. A normalidade dos dados foi avaliada por meio do teste Kolmogorov-Smirnov. O teste Kruskal-Wallis foi utilizado para analisar as diferenças entre os níveis de hostilidade de cada grupo. Um valor de significância de p<0,05 foi utilizado em todos os testes. A pesquisa foi aprovada pelo CEP/IFPR, por meio do parecer no 3.218.342. Resultados: O maior índice de hostilidade foi apresentado pelas atletas de voleibol feminino, com escore médio de 6,90±4,50. As atletas de futsal feminino apresentaram maiores índices de hostilidade (5,00±4,82) que as equipes masculinas de ambas as modalidades. Dentre as equipes masculinas, os atletas de futsal apresentaram maior índice de hostilidade (3,38±2,29) que os atletas de voleibol (2,00±2,50). Foram observadas diferenças significativas entre os grupos (p<0,01). Conclusão: Os resultados apontam que modalidade e sexo impactam os níveis de hostilidade dos atletas no momento pré-competitivo. O sexo feminino apresentou maiores índices de hostilidade em ambas as modalidades, sugerindo o sexo enquanto um previsor mais forte dos níveis de hostilidade. Nesse sentido, cabe ressaltar a necessidade da atenção às condições psicológicas das equipes femininas, uma vez que, estas parecem ser mais suscetíveis a desajustes emocionais, os quais podem comprometer seu desempenho.

Acessar Arquivo