Identificação de Fenótipos em Pacientes com Dpoc: Influência do Nível de Atividade Física e Comportamento Sedentário
Por Rafaella Fagundes Xavier (Autor), Ana Carolina Alves Caporali (Autor), Aline Costa Lopes (Autor), Ercy Mara Cipulo Ramos (Autor), Celso Ricardo Fernandes de Carvalho (Autor).
Em 40º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
Introdução: Indivíduos com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) são considerados fisicamente inativos, e esta condição tem efeitos negativos na qualidade de vida relacionada a saúde destes indivíduos. Objetivo: Investigar os fenótipos em indivíduos com DPOC de acordo com os seus níveis de atividade física, comportamento sedentário, composição corporal e força muscular esquelética. Métodos: Neste estudo transversal os pacientes foram avaliados em relação a: dados antropométricos, controle clínico da DPOC, função pulmonar, qualidade de vida relacionada a saúde, dispneia, níveis de atividade física e comportamento sedentário (acelerômetro Actigraph GT3X), composição corporal e força muscular esquelética. Para a identificação dos fenótipos foi realizada análise de agrupamento de cluster. O prognóstico da doença foi avaliado por meio do índice age, dyspnoea and obstruction (ADO index). Foi considerado significante p<0,05. Resultados: Foram incluídos 152 indivíduos com DPOC neste estudo. Foram identificados 3 fenótipos (clusters) diferentes. Os indivíduos do fenótipo 1 foram considerados mais ativos, permaneceram menos tempo em comportamento sedentário, apresentaram melhor prognóstico da doença e composição corporal. Os indivíduos dos fenótipos 2 e 3 foram considerados mais inativos, permaneceram mais tempo em comportamento sedentário e apresentaram pior prognóstico da doença. Apesar do nível de atividade física semelhante entre os fenótipos 2 e 3, os indivíduos do fenótipo 2 apresentaram idade mais avançada, enquanto que os indivíduos do fenótipo 3 apresentaram pior qualidade de vida relacionada a saúde, pior controle clínico e composição corporal. (P<0,0001 para todas as variáveis). Não houve diferença em relação a função pulmonar. Conclusão: Nossos resultados demonstram que a atividade física e o comportamento sedentário, assim como a composição corporal são importantes para determinar fenótipos em indivíduos com DPOC e que estes fenótipos diferem em relação ao prognóstico da doença. Os indivíduos com menos comportamento sedentário apresentaram melhor prognóstico da doença. Estes resultados são relevantes para o manejo clínico de pacientes com DPOC e para a escolha da melhor estratégia utilizada para melhorar a atividade física destes pacientes.