Resumo

Introdução: Indivíduos com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) são considerados fisicamente inativos, e esta condição tem efeitos negativos na qualidade de vida relacionada a saúde destes indivíduos. Objetivo: Investigar os fenótipos em indivíduos com DPOC de acordo com os seus níveis de atividade física, comportamento sedentário, composição corporal e força muscular esquelética. Métodos: Neste estudo transversal os pacientes foram avaliados em relação a: dados antropométricos, controle clínico da DPOC, função pulmonar, qualidade de vida relacionada a saúde, dispneia, níveis de atividade física e comportamento sedentário (acelerômetro Actigraph GT3X), composição corporal e força muscular esquelética. Para a identificação dos fenótipos foi realizada análise de agrupamento de cluster. O prognóstico da doença foi avaliado por meio do índice age, dyspnoea and obstruction (ADO index). Foi considerado significante p<0,05. Resultados: Foram incluídos 152 indivíduos com DPOC neste estudo. Foram identificados 3 fenótipos (clusters) diferentes. Os indivíduos do fenótipo 1 foram considerados mais ativos, permaneceram menos tempo em comportamento sedentário, apresentaram melhor prognóstico da doença e composição corporal. Os indivíduos dos fenótipos 2 e 3 foram considerados mais inativos, permaneceram mais tempo em comportamento sedentário e apresentaram pior prognóstico da doença. Apesar do nível de atividade física semelhante entre os fenótipos 2 e 3, os indivíduos do fenótipo 2 apresentaram idade mais avançada, enquanto que os indivíduos do fenótipo 3 apresentaram pior qualidade de vida relacionada a saúde, pior controle clínico e composição corporal. (P<0,0001 para todas as variáveis). Não houve diferença em relação a função pulmonar. Conclusão: Nossos resultados demonstram que a atividade física e o comportamento sedentário, assim como a composição corporal são importantes para determinar fenótipos em indivíduos com DPOC e que estes fenótipos diferem em relação ao prognóstico da doença. Os indivíduos com menos comportamento sedentário apresentaram melhor prognóstico da doença. Estes resultados são relevantes para o manejo clínico de pacientes com DPOC e para a escolha da melhor estratégia utilizada para melhorar a atividade física destes pacientes. 

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