Imagem Corporal Atual e Ideal: Um Estudo Comparativo
Por Elaine Valéria Rizzuti (Autor), Maria Goretti Ramos Pereira (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
É notável a presença de um excesso de corpos em nosso cotidiano, evidenciados pelos meios de comunicação de massa, destinados a dizer a melhor maneira de cuidá-los e mantê-los em forma. Esta premissa parece indicar que a ordem do dia é ser educado a consumir e produzir um corpo seguindo a ditadura da moda, da beleza, incluindo-se o corpo atlético, e da saúde. Partindo desses qualificativos, este estudo tem como objetivo comparar os índices de Imagem Corporal Atual e Ideal entre universitários dos sexos masculino e feminino, do curso de graduação em Educação Física da Universidade São Judas Tadeu/SP. A amostra foi constituída, aleatoriamente, por um universo de 54 alunos, sendo 27 informantes do sexo masculino e 27 do sexo feminino. Para a coleta de dados, baseamos no Teste de Figuras Humanas de Marsh. Este Teste consiste de doze figuras de ambos os sexos que variam desde a extrema magreza até a extrema obesidade. Para a análise estatística, foi utilizada a média e desvio padrão da Imagem Corporal Atual (ICA) e Imagem Corporal Ideal (ICI). Foram encontrados os seguintes resultados: o grupo masculino, apresentou ICA no valor de 6,37 e desvio padrão ±1,98 e ICI de 6,70 e desvio padrão ±1,30 e; o grupo feminino, apresentou ICA no valor de 6,41 e desvio padrão ±2,26 e ICI de 5,56 e desvio padrão ±1,58.Nos valores médios, as percepções da Imagem Corporal Atual do grupo masculino e feminino se assemelham. Entretanto, com relação à percepção da Imagem Corporal Ideal, observa-se que os homens apresentam uma tendência ao aumento do volume corporal, ou seja, à hipertrofia de acordo com o Teste de Figuras de Marsh. Por outro lado, as mulheres apresentam tendência oposta, voltada para a diminuição do peso corporal. Acreditamos, que estes resultados refletem o conjunto de valores qualificativos atribuídos ao corpo e à aparência, hoje, para ambos os sexos. Às mulheres a valorização (im)positiva da juventude, saúde e beleza. E aos homens também, para responder a expectativas sociais e atender ao modelo hegemônico de masculinidade, pois, muitos deles também enfrentam, quotidianamente, a obrigação de alcançar tal modelo que lhes têm sido imposto.