Resumo
INTRODUÇÃO: O aumento sucessivo da expectativa de vida feminina fomentou um interesse gradativo pelas questões relativas ao envelhecimento das mulheres. Dentre elas, a percepção da imagem corporal pode ocasionar importantes consequências sobre a saúde e qualidade de vida, estando relacionada a condições como depressão, distúrbios alimentares, baixa autoestima e autoconfiança. Dessa forma, conhecer a relação na qual a mulher em processo de envelhecimento mantém com seu corpo e as possíveis implicações na sua qualidade de vida são fundamentais para que os profissionais da saúde considerem, em suas rotinas, o impacto que isto pode causar nas dimensões físicas, psicológicas, emocionais e mentais, objetivando sempre o melhor cuidado de saúde às mulheres no processo do envelhecimento. OBJETIVOS: 1) Analisar a relação entre a imagem corporal e a qualidade de vida em mulheres de meia idade 2) Investigar a relação entre ganho de peso e a percepção da imagem corporal em mulheres na menopausa e idosas. METODOLOGIA: Foi realizado um estudo transversal, com uma amostra de mulheres com idades entre 40 e 80 anos, residentes nos municípios de Parnamirim/RN e Santa Cruz/RN. Foram coletados dados sociodemográficos, medidas antropométricas e de composição corporal, dosagem hormonal e bioquímica, hipertensão, depressão, história reprodutiva, atividade física, qualidade de vida e percepção da imagem corporal. Para a análise estatística foi realizada a Análise de Regressão Linear Múltipla para os domínios do UQoL e o escore total, ajustado pelas covariáveis que apresentaram p<0,20 na análise bivariada. Além disso, a identificação dos possíveis fatores associados a má percepção da imagem corporal foi realizada mediante análise de regressão logística binária, com cálculo da respectiva odds ratio (OR). Foi considerado p<0.05 em todas as etapas da análise estatística. RESULTADOS: A percepção imagem corporal se relacionou a todos os domínios da qualidade de vida, inclusive com o escore total, com exceção apenas do domínio ocupacional. As mulheres que eram insatisfeitas devido ao baixo peso, quando comparadas àquelas satisfeitas com sua imagem corporal, apresentaram pontuações significativamente menores nos domínios saúde, emocional e escore total do Uqol. Aquelas que eram insatisfeitas por excesso de peso apresentaram escores menores de Uqol para os domínios saúde, emocional, sexual, bem como para o escore total, em comparação com aquelas satisfeitas com a imagem corporal. Em relação as variáveis que se relacionam a uma má percepção da imagem corporal, destacam-se: IMC, colesterol total, atividade física e paridade, todas com p valor menor que 0,05. Os resultados mostram que, a cada acréscimo de IMC, as mulheres tiveram 1,27 vezes mais chances de estarem insatisfeitas quanto à sua imagem corporal, bem como as mulheres que apresentam colesterol limítrofe e alto (OR = 2,48). Além disso, as mulheres que não praticam atividade física regularmente apresentaram 2,35 vezes mais chances de serem insatisfeitas quanto à sua imagem corporal, enquanto que o maior número de filho foi fator de proteção em relação a má percepção da imagem corporal OR= 0,83. CONCLUSÃO: A insatisfação com a imagem corporal está relacionada a pior qualidade de vida nas mulheres de meia idade e idosas. Além disso, aquelas que possuem maior IMC, colesterol limítrofe e alto e que não praticam atividade física, apresentam maiores chances de serem insatisfeitas com sua imagem corporal.