Resumo

O presente estudo teve como objetivo colher informações a respeito da autoimagem corporal dos estudantes do curso de bacharelado em Educação Física da Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal de Pelotas, através da aplicação do BSQ-34 (Body Shape Questionaire) e do teste da Figura de Silhueta Corpórea (BFS – Body Figure Silhouettes) mostrar a percepção desses alunos com relação a seus corpos para, a partir de então, abrir a discussão no que diz respeito à busca da beleza e aos perigos que aparecem como consequência desta problemática. Contextualiza o corpo e suas estéticas que são pautados pelos meios de comunicação, difusores legítimos das novidades em vários setores do mercado de consumo para os mais diferentes níveis de poder aquisitivo, padronizando estilos diferenciados a cada grupo, porém atravessados por discursos normativos em relação à estética. Aborda os apelos ao corpo belo, as mídias, como elementos que reforçam estes apelos, a indústria da estética, a imagem corporal e suas distorções. Buscou-se, então, compreender, a partir deste quadro, o que se depreende como males contemporâneos do corpo: a anorexia, a vigorexia, a obesidade, comportamentos desviantes que devem ser problematizados dentro da Educação Física. De acordo com os resultados encontrados, há grande relevância estatística no que diz respeito à preocupação dos estudantes em relação a seus corpos, pois verificamos para a variável distorção corporal (BSQ) em comparação entre gêneros, um valor estatisticamente significativo (P=0,005). As mulheres apresentaram 16,7% de distorção moderada, enquanto os homens apresentaram valor zero. Para a variável satisfação corporal (BFS), obtivemos um valor P=0,004 para comparação entre gêneros; 22% dos homens e 58,3% das mulheres gostariam de ter uma silhueta mais magra/fina e 29,3% dos homens gostariam de ter uma silhueta mais forte/maior. De acordo com os dados apresentados, grande parte dos alunos está insatisfeita com seus corpos e isso representa um número elevado de indivíduos suscetíveis às distorções de imagem corporal. É importante haver mais discussões sobre este tema dentro dos cursos da área da saúde, e procurar aparar as arestas na formação dos futuros profissionais que lidam diretamente com estas problemáticas. 

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