Resumo

Introdução: o processo de envelhecimento ocasiona disfunção autonômica e endotelial, as quais estão associadas a hipertensão arterial e síndrome da apneia obstrutiva do sono. Estas enfermidades quando associadas, pode exacerbar a hiperatividade simpática e atenuar a frequência cardíaca de recuperação, e ambos desarranjos estão relatados a pior desfechos cardiovasculares. Objetivo: avaliar o impacto da gravidade da síndrome da apneia obstrutiva do sono sobre às respostas cardiovasculares e metabólicas ao teste cardiopulmonar de exercício em idosos com hipertensão arterial. Métodos: foram incluídos 39 idosos hipertensos com SAOS que foram alocados em 3 grupos, de acordo com o índice de apneia/hipopneia (IAH): SAOS leve (IAH ≥ 5 e ≤ 15 eventos/h; n = 15), SAOS moderada (IAH > 15 e ≤ 30 eventos/h; n = 18) e SAOS grave (IAH > 30 eventos/h; n = 9). Todos realizaram TCPE, exame de polissonografia e preencheram o questionário de qualidade do sono (PSQI). Os testes de Shapiro-Wilk e Levene foram utilizados para avaliar a distribuição dos dados e a homogeneidade da amostra. Foram empregados os testes de ANOVA de um fator, Kruskal- Wallis e a Correlação de Spearman. O nível de significância aceito foi p ≤ 0,05. Resultados: não ocorreu diferenças estatística no consumo de oxigênio, pulso de oxigênio, ventilação minuto, eficiência ventilatória, trocas respiratórias, frequência cardíaca máxima e prevista e pressão arterial entre os grupos de idosos avaliados durante o TCPE (p > 0,05 para todas as comparações). Os idosos com SAOS grave apresentaram menor ∆FCrec1’ em comparação ao grupo SAOS moderada (18,3 ± 4,9 vs 13,7 ± 6,9 bpm; p = 0,041) e SAOS leve (18,2 ± 3,4 vs 13,7 ± 6,9 bpm; p = 0,042). Não se verifica diferenças significante na ∆FCrec2’ entre os idosos com SAOS grave em comparação ao grupo SAOS moderada (26,4 ± 7,4 vs 29,0 ± 5,1 bpm, respectivamente; p = 0,059) e em relação ao grupo SAOS leve (26,4 ± 7,4 vs 30,7 ± 4,7 bpm, respectivamente; p = 0,094). Não existe correlação entre o IAH com a ∆FCrec1’ (r = -0,210; p = 0,198) e ∆FCrec2’ (r = -0,114; p = 0,488). Os idosos com SAOS grave apresenta pior qualidade do sono, comparado aos idosos com SAOS Leve (9,5 ± 3,11 vs 4,3 ± 0,96; respectivamente, p = 0,018). De modo similar, também observa-se que os idosos com SAOS moderada são maus dormidores em comparação aos idosos com SAOS leve (7,0 ± 1,52 vs 4,3 ± 0,96, respectivamente; p = 0,019). Por outro lado, não se observa diferença significante entre os grupos de idosos com SAOS grave e moderada (9,5 ± 3,11 vs 7,0 ± 1,52, respectivamente; p = 0,133). Conclusão: a gravidade da síndrome da apneia obstrutiva do sono atenua a reativação parassimpática e piora a qualidade subjetiva do sono em idosos hipertensos, mas não altera a capacidade de exercício e as respostas hemodinâmicas durante o esforço físico máximo.

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