Impacto da Intensidade do Exercício Físico na Modulação Autonômica Cardíaca de 24h em Jovens com Obesidade
Por Katrice Almeida de Souza (Autor), André Rodrigues Lourenço Dias (Autor), Cristhian Vergilio Miranda da Silva (Autor), Kamila Meireles dos Santos (Autor), Romulo Mariano de Miranda (Autor), Lucieli Teresa Cambri (Autor), Gisela Arsa (Autor).
Em 40º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
Introdução: Têm-se observado uma influência deletéria do excesso de gordura corporal sobre a recuperação pós-exercício físico, resultando no aumento da frequência cardíaca, e consequentemente na redução da atividade parassimpática e/ou aumento da atividade simpática cardíaca. Tornando-se necessário verificar a influência da intensidade do exercício físico sobre a modulação cardíaca de indivíduos com obesidade durante longos períodos de registro (24h). Objetivo: Portanto, o objetivo do presente estudo foi analisar a VFC durante 24-h em jovens com obesidade pós-exercício contínuo de moderada intensidade e exercício intervalado de alta intensidade. Métodos: Participaram do estudo 11 jovens adultos, idade média de 22±2 anos, sexo masculino, não-treinados, IMC médio de 32±2 kg/m², classificados com obesidade grau I. Realizaram duas visitas com intervalo de 72-h, submetidos a uma sessão de exercício físico contínuo: 30-minutos em intensidade de 50 a 60% da frequência cardíaca de reserva (FCR) em cicloergômetro) e uma sessão de exercício físico intervalado: 20-minutos, sendo 4 séries de 3-minutos em intensidade de 80 a 90% da FCR e 2-minutos de recuperação ativa à 15W em cicloergômetro, ambas mantendo 60rpm. O participante foi submetido a uma avaliação antropométrica, em seguida permaneceu na posição sentada repouso por 20-minutos, seguido de uma das sessões de exercício (contínuo ou intervalado). Os intervalos R-R foram mensurados ininterruptamente por um Cardiofrequencímetro. Logo após o participante foi orientado a se higienizar e o monitor Holter foi posicionado e o participante liberado para suas atividades de vida diária até completar 24h. Os intervalos R-R da VFC foram captados por cinco minutos ao final de cada 60 minutos nas 24h subsequentes. Os índices RMSSD(ms), SDNN(ms), ln LF(ms²), ln HF(ms²) foram obtidos. Para verificar a normalidade dos dados utilizou-se o teste de Shapiro-Wilk, para analisar o efeito do protocolo de exercício e do tempo foi empregado Anova Two-Way de medidas repetidas e quando necessário foi utilizado o Post hoc de Bonferroni para identificar as diferenças. Independente da intensidade do exercício houve um efeito do tempo sobre os índices RMSSD (p<0,001), SDNN (p<0,001), ln LF (p<0,001), e ln HF (p<0,001) com valores reduzidos no período da vigília quando comparado ao período noturno. Resultados: Não foi verificado um efeito da intensidade sobre os índices RMSSD (p=0,17), SDNN (p=0,18), mas verificou-se para os índices ln LF (p=0,025) e ln HF (p=0,049) com valores inferiores na sessão intervalada quando comparada com a sessão contínua. Não foi observado nos índices RMSSD (p=0,86), SDNN (p=0,08), ln LF (p=0,65) e ln HF (p=0,51) uma interação intensidade vs. tempo. Conclusão: Conclui-se que o exercício intervalado de alta intensidade provoca maior estresse autonômico cardíaco durante o período de recuperação de 24h quando comparado ao exercício de moderada intensidade em jovens com obesidade.