Impacto da realização de tarefas duplas no padrão de sincronização de jogadores de futebol
Por Gustavo Henrique Figueira Gomes Augusto (Autor), Guilherme de Oliveira Santos Silva (Autor), Gibson Moreira Praça (Autor).
Em 13º Congresso Internacional do Conselho Regional de Educação Física da 7ª Região CONCREF
Resumo
Introdução: A fadiga mental (FM) é resultante de períodos prolongados de alta demanda cognitiva. No futebol, o desempenho tático é essencial para o sucesso, sendo demandadas habilidades perceptivo-cognitivas, as quais podem se relacionar com processos que desencadeiam a queda de desempenho, como a FM. Objetivo: Verificar os efeitos da FM no desempenho tático de atletas de futebol da categoria sub-13 durante pequenos jogos (PJ). Referencial teórico: Kunrath et al. (2020), demonstrou que a FM prejudica odesempenho tático dos jogadores de futebol, verificado na queda da eficácia na realização de princípios táticos fundamentais durante PJ. Entretanto, a literatura sobre os efeitos da FM no desempenho tático de atletas, ainda no período de iniciação, é escassa. Estudos que buscam discutir os efeitos da FM em adolescentes ainda não possuem um consenso se, nessa faixa etária, as estruturas cerebrais relacionadas a FM, como o córtex cingulado anterior, estão totalmente desenvolvidas, gerando a queda no desempenho em tarefas esportivas (XU et al., 2013). Materiais e métodos: Participaram 12 atletas de futebol da categoria sub-13. O desempenho tático dos atletas foi analisado através do Sistema de Avaliação Tática do Futebol (FUT-SAT), sendo avaliada a eficácia dos princípios táticos ofensivos e defensivos. As tendências de coordenação intra e inter-equipes, registradas por GPS de 10 Hz (Catapult Sports®), foram expressos pelo percentual do tempo em fase e anti fase na largura e profundidade do campo. Para indução da FM, foi utilizada uma versão digital do Stroop test - durante 20 minutos. Todos os jogadores participaram das duas condições: controle e experimental. A condição controle era composta por um momento de avaliação subjetiva, realizando a Escala Analógica Visual (VAS) de 100mm, seguido dos PJ. Na condição experimental, os atletas respondiam a VAS (pré), seguido do protocolo para indução da FM, e respondiam novamente a VAS (pós), finalizando com os PJ. Todos os PJ tinham formato GR+3x3+GR, sendo realizados duas partidas de quatro minutos com pausa passiva de dois minutos entre cada condição. Foi realizado o teste Shapiro-Wilk para testar a normalidade dos dados e, Pôsteriormente, um teste t pareado para comparação do desempenho tático entre os protocolos. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultado e Discussão: Não foram encontradas diferenças significativas em nenhum dos princípios táticos fundamentais (p>0,05). No entanto, o percentual de tempo em fase na profundidade da condição experimental foi maior do que na condição controle (p<0,05), sendo contrários aos estudos que reportaram queda da eficácia dos princípios táticos e nos padrões de coordenação. Portanto, essas diferenças podem ser atribuídas a idade dos atletas e ao tempo de exposição no protocolo para indução de FM. Conclusão: Os resultados apontaram que a fadiga mental não gera queda no desempenho tático de atletas de futebol da categoria sub-13.