Impacto de 12 semanas de exercício físico nos níveis de bdnf em idosas categorizadas pelo genótipo apoe
Por Walquiria Batista De Andrade (Autor), Amanda Vido (Autor), Natali Maciel Folster (Autor), Diego Augusto Nascimento Ponce (Autor), Mário Molari (Autor).
Em 47º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
A memória humana é influenciada por uma herança poligênica, envolvendo múltiplos genes. Entre os fatores genéticos associados à cognição estão a apolipoproteína E (APOE) e o fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF). O exercício físico tem a capacidade de aumentar os níveis de BDNF durante o envelhecimento, e esse efeito pode ser modulado pelas diferentes variantes do gene APOE. Objetivo: Investigar o impacto de 12 semanas de exercício físico nos níveis de BDNF de idosas categorizadas segundo os haplótipos do gene APOE (rs429358 e rs7412). Método: Participaram do estudo 72 mulheres idosas, fisicamente independentes, que foram submetidas a um programa de intervenção de 12 semanas, com três sessões semanais de 60 minutos cada. O programa incluiu três modalidades de exercício físico: Dança de Salão (DS), Pilates Solo (PS) e Treinamento Funcional (TF). Após as intervenções, as participantes foram classificadas em três grupos com base nos polimorfismos do gene APOE: E2, portadoras do alelo ɛ2 (ɛ1ɛ2, ɛ2ɛ2, ɛ2ɛ3, n=10); E3, homozigotas para o alelo ɛ3 (ɛ3ɛ3, n=41); e E4, portadoras do alelo ɛ4 (ɛ3ɛ4, ɛ4ɛ4, n=21). Os níveis de BDNF foram medidos utilizando o teste imunofluorimétrico multiplex de microesferas (ProcartaPlex™ Multiplex Immunoassay, Thermo Fisher Scientific, Waltham, MA, EUA), na plataforma Luminex (MAGPIX™, Luminex Corp., Austin, TX, EUA), seguindo as instruções do fabricante e seus valores de referência. As análises estatísticas foram realizadas utilizando Equações de Estimação Generalizadas (GEE). Resultados: Observou-se um efeito significativo do tempo sobre os níveis de BDNF (Wald ꭕ2=6,835, p = 0,009), com aumentos nos três grupos após 12 semanas de treinamento, independentemente da modalidade de exercício: E2 (1298,36±955,63 vs 1530,63±915,04), E3 (pré 1342,92±525,33 vs pós 1629,99±653,54) e E4 (1300,58±687,44 vs 1511,29±692,78). No entanto, não foram encontradas diferenças significativas na interação grupo*tempo (Wald ꭕ2 = 0,811, p = 0,667), indicando que a resposta ao exercício em relação aos níveis de BDNF não difere substancialmente entre os grupos de APOE. Conclusão: O exercício físico durante 12 semanas resultou em um aumento significativo dos níveis de BDNF em mulheres idosas, independentemente do genótipo APOE e da modalidade. Esses achados ressaltam a importância do exercício físico, especialmente o treinamento funcional, para aumentar os níveis de BDNF em mulheres idosas.