Impacto do grau de obesidade sobre as alterações antropométricas em crianças com obesidade em um programa interdisciplinar no âmbito SUS
Por Lucas Leonardo de Amorim Ferreira (Autor), Rebeca Dantas (Autor), Eliete Samara Batista dos Santos (Autor), Dayene Cardozo Brito Dias (Autor), Mayara Sanay da Silva Oliveira (Autor), Ricardo Santos Oliveira (Autor).
Em XV Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde - CBAFS
Resumo
A obesidade infantil representa um relevante desafio de saúde pública, especialmente em graus mais severos, pois está associada a maior risco de comorbidades metabólicas, como doenças cardiovasculares, depressão e baixa autoestima. Diante desse cenário, programas interdisciplinares ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) são fundamentais para estimular mudanças na composição corporal das crianças.OBJETIVO: Avaliar o impacto do grau de obesidade sobre as alterações nos parâmetros de composição corporal de crianças atendidas em um programa interdisciplinar de tratamento da obesidade infantil no SUS.METODOLOGIA: Estudo longitudinal baseado na análise de prontuários de crianças com obesidade que ingressaram no programa entre 2021 e 2024 e que realizaram pelo menos quatro avaliações no ano. Foram incluídas 143 crianças (71 meninas), com média de 8,1 ± 1,4 anos, divididas em grupo com obesidade (OB, %IMCp95 entre 100 e 119) e obesidade severa (OS, %IMCp95 ≥ 120). Foram analisados: massa corporal, percentual de gordura corporal (%GC) e massa livre de gordura (MLG). Utilizaram-se modelos lineares mistos para avaliar a evolução mensal desses parâmetros, com ajuste por idade e sexo. Considerou-se p < 0,05 como significativo.RESULTADOS: Ambos os grupos apresentaram aumento significativo da estatura (b = 0,11; IC95% = 0,01-0,21; p = 0,035), sem interação com o grau de severidade. Não houve interação entre os grupos para %GC e MLG (p > 0,05). Observou-se redução significativa no %GC (b = -0,31; IC95% = -0,47- -0,1; p < 0,001) e aumento na MLG (b = 0,07; IC95% = 0,00-0,13 kg; p = 0,037) ao longo do tratamento.CONCLUSÃO: O programa interdisciplinar do SUS contribuiu para melhorar a composição corporal de crianças com obesidade, reduzindo o percentual de gordura e aumentando a massa livre de gordura, independentemente do grau de severidade.