Impacto do treinamento intervalado de alta intensidade e/ou de força sobre o estresse oxidativo em diabéticos tipo 1
Por Juliano Boufleur Farinha (Autor), Thiago Rozales Ramis (Autor), Alexandra Ferreira Vieira (Autor), Rodrigo Oliveira Macedo (Autor).
Em VII Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
A hiperglicemia crônica está intimamente associada ao estresse oxidativo, aterosclerose e outras cardiopatias. Muitas pessoas com diabetes tipo 1 (DM1) não alcançam os níveis recomendados de exercício devido ao medo de episódios hipoglicêmicos. Dessa forma, intervenções não farmacológicas de baixo custo capazes de diminuir a frequência de hipoglicemias e atenuar o estresse oxidativo e o risco cardiovascular associado, devem ser estimuladas. OBJETIVO: Investigar o impacto de 10 semanas de treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT) e/ou de treinamento de força (TF) sobre marcadores de estresse oxidativo em pacientes com DM1. MÉTODOS: Inicialmente, todos voluntários participaram de um período controle de quatro semanas. Após, os participantes (HbA1c: 7,7 ± 1,2%; idade: 24,4 ± 5 anos; duração do DM1: 12 ± 4,7 anos; IMC: 24,1 ± 3 kg/m²; VO2pico: 31,7 ± 6,3 mL/kg/min) foram randomizados em TF, HIIT, ou TF+HIIT. Cada protocolo (n = 9, sendo 5 homens e 4 mulheres por grupo) durou 10 semanas, com sessões três x/sem. O HIIT foi composto por 10 períodos de 60 s à ~90% da frequência cardíaca máxima, intercalados com 10 períodos de 60 s de recuperação ativa; durando 25 min. O TF foi composto por três séries de oito repetições em sete exercícios; durando 40-45 min. A sessão do TF+HIIT (nessa ordem); durando 65 - 70 min. Parâmetros plasmáticos de estresse oxidativo foram analisados antes do período controle e antes e após as intervenções. Para comparações referentes ao período controle, foi utilizado teste t pareado de Student ou de Wilcoxon. Comparações entre e intra grupos foram realizadas através do método de equações de estimativas generalizadas (GEE), com post hoc de Bonferroni, adotando-se um nível de significância de 5%. RESULTADOS: Não foram encontradas diferenças entre os momentos pré e pós período controle. Observou-se um efeito do tempo sobre o aumento da capacidade antioxidante total (TAC) (p = 0,012), diminuição dos níveis de receptores solúveis para produtos finais de glicação avançada (RAGE) (p = 0,012), sem qualquer efeito tempo, grupo ou interação sobre as taxas de nitritos e nitratos (NOx) e de lipoproteínas de baixa densidade na forma oxidada (LDLox). Também foi observado um efeito do grupo sobre os níveis de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) (p = 0,022; TF vs. HIIT). CONCLUSÃO: Conclui-se que as intervenções propostas atenuam marcadores pró-oxidantes e estimulam os antioxidantes, podendo reduzir o risco cardiovascular no DM1.