Resumo

O objetivo deste estudo foi analisar o impacto dos pontos de corte para definir comportamento sedentário (CS) no tempo e prevalência desse comportamento, mensurado por acelerômetros, em adolescentes no Nordeste do Brasil. Estudo transversal, com adolescentes de 10 a 14 anos de idade de escolas públicas de João Pessoa, Paraíba, em 2014. O CS foi mensurado por acelerômetro (ActiGraph GT3X+) e foram aplicados os seguintes pontos de corte: Evenson (≤ 25 counts/15seg), Puyau (< 800 counts/60seg), Vanhelst (≤ 400 counts/60seg), Hänggi (< 3 counts/1seg) e Romanzini (≤ 180 counts/15seg), combinados às definições de 20 e 60 minutos de não uso do acelerômetro. Para comparar o tempo médio e a prevalência de tempo excessivo de CS (≥ 8 horas/dia), entre os pontos de corte, utilizou-se a ANOVA ONE-WAY para medidas repetidas (post hoc de Bonferroni) e o teste de Cochran, respectivamente. Houve diferenças significativas na média de CS entre todos os pontos de corte analisados (p < 0,05), variando de 37,44 min/dia (Romanzini: 547,37 min/dia vs. Vanhelst: 584,81 min/dia) a 370,44 min/dia (Hänggi: 310,51 min/dia vs. Puyau: 680,95 min/dia) para o critério de 20 minutos de não uso; e de 81,52 min/dia (Evenson: 502,41 min/dia vs. Romanzini: 583,93 min/dia) a 361,94 min/dia (Hänggi: 354,58 min/dia vs. Puyau: 716,52 min/dia) para o de 60 minutos. A prevalência de exposição excessiva de CS variou de 3,3% (Hänggi) a 99,3% (Puyau). O tempo médio diário e a prevalência de exposição excessiva de CS de adolescentes apresentaram diferenças acentuadas entre os pontos de corte analisados.

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