Resumo

O nível contemporâneo de violência no ensino e na prática do karatê sugere uma inversão dos valores tradicionais, no ensino desta arte marcial. Os valores tradicionais do karatê envolvem os princípios básicos para a vida em sociedade. O objetivo deste estudo é investigar as possíveis causas do fenômeno da violência no karatê. Pelo fato de violência significar uma atitude, uma postura subjetiva com implicações sociais, a abordagem escolhida foi a da psicologia social cognitiva e, dentro dela, a análise motivacional da teoria da orientação de vida por objetivos (Nicholls, 1984; Duda, 1989, Nicholls, 1992). O estudo de desenho experimental observou 33 sujeitos sem experiência anterior em karatê, na faixa etária de 10 a 17 anos (M = 12,67, Mo = 14, Md = 13,5), divididos aleatoriamente em três grupos. Após o consentimento dos responsáveis, os grupos experimentais G1 e G2 foram submetidos há quatro meses de treinamento de karatê com um instrutor comprometido com os valores humanos tradicionais desta arte marcial. Os sujeitos do grupo de controle G3 não receberam qualquer tratamento. O instrumento utilizado para verificar o impacto motivacional e comportamental do instrutor sobre os alunos foi o QOTE (Feijó, 1997). Embora os testes de significância Qui-Quadrado de Friedman e H de Kruskal-Wallis não tenham observado diferenças intra e inter-grupos, respectivamente, constatou-se uma tendência nos sujeitos dos grupos experimentais em tornarem mais tarefa e menos ego.

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