Resumo

Diabetes Mellitus (DM) é um grupo de disfunções metabólicas resultantes de defeitos na secreção da insulina, na ação da insulina ou de ambas. Indivíduos diabéticos apresentam maior suscetibilidade a infecções e a doenças cardiovasculares. O treinamento intervalado envolve períodos curtos há longos de exercícios repetidos com alta intensidade, intercalado com períodos de recuperação. Assim, nosso estudo objetivou avaliar o impacto do treinamento intervalado sobre parâmetros bioquímicos sangüíneos e função de células imunitárias em ratos diabéticos do tipo I. Diabetes experimental foi induzida em ratos da linhagem Wistar machos adultos através da injeção intravenosa de estreptozotocina (60 mg/kg). Após a constatação do quadro diabético (7 dias após a inoculação) os animais foram divididos em 4 grupos: sedentário (SE), treinamento intervalado (TI), diabético (DM), diabético treinamento intervalado (DTI). O treinamento intervalado de natação consistiu de 30 segundos de exercício com 30 segundos de recuperação, 15% da massa corporal do animal, freqüência de 4 vezes por semana, duração de 30 minutos, durante 6 semanas. Foram analisados tempo total de exercício, massa corporal total, glicemia, triacilglicerolemia, colesterolemia e parâmetros da funcionalidade de macrófagos obtidos da cavidade peritoneal dos ratos e neutrófilos sanguíneos, como a fagocitose de zimosan, retenção de vermelho neutro, produção de ânion superóxido (O2 - ) e de peróxido de hidrogênio (H2O2) (EROS). Proliferação de linfócitos mesentéricos estimulados com Concanavalina A também foi avaliada. O tempo total do treinamento intervalado foi 60% e 25% menor do que as recomendações da ADA e da ACSM. Diabetes experimental resultou em perda de peso, hiperglicemia, colesterolemia e triacilglicerolemia. O treinamento intervalado reverteu estas alterações aumentando a massa corporal total em 19,2% do grupo DTI, reduziu a massa corporal do grupo TI em 14,88%, reduziu a hiperglicemia (21%), colesterolemia (41%) e triacilglicerolemia (43%) do grupo DTI. Diabetes experimental aumentou 94% a fagocitose de neutrófilos, como também, EROs (72% e 33%, para ânion e superóxido) e 1,4 vezes o volume lisossomal, enquanto que o treinamento intervalado não provocou alteração adicional nestes parâmetros. Já na funcionalidade de macrófagos o diabetes experimental aumentou a fagocitose em 2,7 vezes, volume lisossomal em 92%, EROs (2 vezes e 7,5%, aniôn e superóxido), adesão 30%. Com o treinamento intervalado o grupo DTI obteve um aumento adicional (1,6 vezes) na fagocitose e o grupo TI aumentou 3,8 vezes, além disto, houve aumento no volume lisossomal (91%), EROs (2 vezes e 8%, para ânion e superóxido) e 18% para adesão no grupo TI. Com relação a proliferação de linfócitos, houve aumento basal de 74% dos linfócitos obtidos dos animais não diabéticos treinados (TI). A estimulação com Con A aumentou a proliferação dos linfócitos T dos animais diabéticos e não diabéticos, induzindo a um aumento adicional de 46% no grupo treinado (DTI). Nossos resultados sugerem que o treinamento intervalado melhora o perfil lipídico e glicemia reduzindo o risco de doenças cardiovasculares e melhora a funcionalidade das células imunitárias de diabéticos, promovendo maior proteção contra infecções.  

Acessar Arquivo