Impactos neuroprotetores do aumento dos níveis de atividade física em camundongos submetidos ao ambiente enriquecido apenas durante a fase senil
Por Letícia Beatriz Barros Maia (Autor), Alexandre Maia de Farias (Autor), Danielle Lobato Araujo (Autor), Jean Sávio Costa Sena (Autor).
Em IX Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
A atividade física é um importante estímulo para minimizar a imunossenescência, favorecendo a instalação de um status anti-inflamatório mais eficaz na resolução de infecções. Modelos de ambiente enriquecido (AE) são estratégias para aumentar os níveis de atividade física voluntária diariamente em modelos animais capazes de promover a instalação de um ambiente anti-inflamatório. OBJETIVO: avaliar os impactos que o AE pode gerar nas repostas neuro inflamatórias em animais que foram mantidos em ambiente pobre e somente na fase senil da vida passaram a viver em AE, para depois de três meses serem infectados por um vírus causador de uma encefalite. MÉTODOS: Os procedimentos experimentais foram realizados de acordo com o Guia dos Institutos Nacionais de Saúde para o Cuidado e Uso de Animais de Laboratório e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Animal do IEC, Processo nº 27/2015/CEUA/IEC/ SVS/MS. Camundongos Balb/C foram mantidos ao longo da vida em ambiente padrão (AP), quando completaram 18 meses um grupo foi mantido no AP, enquanto outro foi transferido para o AE. Depois de que completaram 21 meses de vida ambos um grupo controle de cada ambiente foram inoculados com solução salina (APC e AEC), enquanto outro grupo de cada ambiente foi infectado por via intranasal com o vesiculo vírus Marabá (APSI e AESI). Depois de 6 dias foram eutanasiados para processamento do encéfalo para realizar testes de citometria de fluxo para avaliar a expressão de IL-6, IL-10, óxido nítrico (NO), IL- 12p70, MCP-1 e INF- γ. RESULTADOS: Revelou-se que tanto os animais infectados do AP como do AE apresentaram aumento nos níveis de IL-6 (média e desvio padrão/ APC: 44,03 ± 6,406 X APSI: 471,6 ± 151,5; APEC: 25,47 ± 3,369 X APESI: 515,1 ± 56,04;). Os animais submetidos ao AE apresentam menores níveis de MCP-1 comparado aos animais infectados do AP (APC: 15,55 ± 7,918, APSI: 12,14 ± 10,84, APESI: 617,0 ± 266,7; p<0.05), além de apresentar aumentos significativos de INF- γ (APEC: 0,0 ± 00; APESI: 112,7 ± 25,40; p<0.05), enquanto os animais infectados do AP não apresentaram diferenças (APC: 0,653 ± 0,5880; APSI: 17,57 ± 7,637; p<0.05). Para as demais citocinas não foram observadas diferenças entre os grupos. CONCLUSÃO: Em resumo, ao que parece o aumento dos níveis da atividade física proveniente da exposição em AE mesmo ocorrendo apenas na fase senil parece promover efeitos imunes neuroprotetores