Resumo

Este trabalho tem como temática principal o esporte futebol feminino e as formas como este se organiza discursivamente no cenário contemporâneo. Acreditando que os discursos da mídia participam da constituição das representações sociais, produzindo sentidos e/ou esquecimentos e silenciamentos, intencionamos explicitar a idéia de como a mídia, mais especificamente a imprensa, por ser um espaço social de fomento de discursos e falas e de promoção de significados, individual e coletivamente, pode ser observada como dinamizadora e auxiliadora na construção da memória social e da representação de um desporto. Nessa perspectiva, será abordada, neste trabalho, a memória discursiva do futebol feminino no Brasil a partir da inscrição de sua historicidade no discurso da imprensa escrita. Concebendo os jornais como ‘lugares de memória’ (NORA, 1993), tentamos entender o imaginário construído pela imprensa sobre o esporte e suas atletas nos jornais O Globo, Jornal dos Sports e Jornal do Brasil, no período de 1970 a 2007. Este estudo tem como questão principal entender como a construção discursiva da atleta de futebol feminino pelos jornais supracitados reitera, modifica, atualiza, problematiza ou contribui para a construção de uma memória discursiva desse campo, o esporte futebol feminino. Para tal, foram identificadas, nos artigos dos periódicos, as marcas lingüísticas, as regularidades, as paráfrases, as rupturas, os esquecimentos e as formas de qualificação e valoração da prática esportiva, das jogadoras e de outros atores sociais que nela atuam. A análise das marcas lingüísticas permite que se perceba o deslizamento de sentidos e as redes a que se filiam no interdiscurso e, conseqüentemente, as diferentes memórias construídas sobre o futebol feminino no âmbito da imprensa brasileira. 

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