In Memoriam Prof. Doutor Antônio Carlos Stringhini Guimarães: Minha Tristeza
Por Adroaldo Cezar Araujo Gaya (Autor).
Em Revista Portuguesa de Ciências do Desporto v. 5, n 3, 2005. Da página 374 a -
Resumo
Meu amigo! Desfez-se o encanto Como uma tempestade tropical Devastadora. Furiosa. Assustadora. Vimos as chuvas borrarem os versos que escrevemos Poemas que cantamos ao longo de quase 40 anos. Quarenta anos de um amor fraterno, cúmplice e solidário. Os ventos arrancaram as árvores pelas raízes. Como tua ausência arranca de meu peito um quinhão imenso de alegria. Nunca mais serei o mesmo sem tua presença, meu irmão. Um terramoto. Sim! A terra tremeu sob meus pés. Caí prostrado pela tristeza da tua partida. Como um terramoto. Tudo muito rápido, nos deixando atônitos e desnorteados. Fomos literalmente atropelados pela morte. Como cantar sem tua companhia? Como fazer a segunda voz se a primeira se calou? Como tocar em dó maior nossas alegrias Se, hoje, o dó maior é marcado sobre a pauta Pelas lágrimas da minha saudade. Como lembrar nossa caminhada pelas terras de Portugal? Como agradecer-te por ter me auxiliado a construir uma ponte Entre o Porto Alegre e o Porto Sentido? Como brindar o Vinho do Porto sem teu cálice? Como reunir os amigos de Sampa sem chorar tua ausência? Como seguir o caminho? Meu amigo! Você sempre termina por aprontar algo, Está sempre a pregar-nos uma peça Mas tudo deve ter algum limite! E desta vez você foi longe demais. Como me lembrou um nosso professor e amigo comum, Você “furou a fila”! Não era sua vez. Com 53 anos! Não poderia ser sua hora. Olhe o que você aprontou? Estou muito triste com tudo isso. Por favor! Não me venham consolar com palavras vazias. Do tipo: Deus quis assim! É a vida! O tempo apaga a dor! Por favor, não me consolem com uma qualquer teologia ridícula. Com uma qualquer filosofia menor. Respeitem minha dor! Respeitem nossa inteligência e nossas convicções. Basta um sorriso, um abraço amigo, um aperto de mão e um beijo. Sei que as minhas lágrimas serão companheiras nesta dor imposta pela tua ausência. Sei que minhas lágrimas vão consolar-me e me trarão de volta a serenidade. Mas eu quero chorar tua partida. Deixar minha alma purgar esta angústia e esta ansiedade. Ora! Meu irmão, você aprontou de novo Você furou a fila. Será muito difícil perdoar teu abandono. Saudade! Eterna saudade. Sofrida saudade. Do teu amigo