Incidência de Lesões Esportivas em Atletas com Deficiência Física Praticantes de Handebol em Cadeira de Rodas
Por Douglas Roberto Borella (Autor), Jalusa Andreia Storch (Autor), Luiz Fernando Garcia de Almeida (Autor), Vinicius Tortato Pires (Autor), Gabriela Simone Harnisch (Autor).
Em Revista da Associação Brasileira de Atividade Motora Adaptada - SOBAMA v. 13, n 1, 2012.
Resumo
O handebol em cadeira de rodas (HCR) caracteriza-se como modalidade do esporte adaptado que contempla a participação de atletas em diferentes situações de deficiência física. Entretanto, assim como outras modalidades esportivas de competição, o HCR pode oferecer riscos de lesões esportivas em seus praticantes. Alicerçado nesses pressupostos, o presente estudo objetivou identificar a prevalência de lesões esportivas traumato ortopédicas em atletas praticantes de HCR. Para tanto, o estudo foi delineado pela pesquisa de campo descritiva, exploratória e de design quantitativo. A amostra constituiu-se de 43 atletas, de ambos os gêneros, com idades entre 18 e 53 anos, participantes de cinco equipes brasileiras de HCR. Como instrumento para coleta de dados utilizou-se de um questionário semi-estruturado. Os resultados evidenciaram que os atletas sofreram lesões esportivas traumato-ortopédicas decorrente de treinamentos e/ou competições no HCR. Constatou-se uma tendência a cronicidade de lesões, sendo mais prevalente a lesão do tipo calo (39,5%), seguido de danos musculares (23,3%) e contusão (14%). Dentre as causas mais apontadas, averiguou-se o movimento repetitivo para condução da cadeira de rodas com 22,44% e treinamento e/ou competição com altas demandas de sobrecarga a 14,28%. Quanto aos segmentos do sistema locomotor mais acometidos, apurou-se que 57,9% para mãos e dedos, seguido de 18,6% (8 atletas) para ombros. Diante dos resultados obtidos constatou-se a necessidade de medidas para profilaxia, controle e prevenção das lesões esportivas na modalidade do HCR, visando evitar a perpetuação de possíveis danos ao aparelho locomotor dos atletas e fazer do HCR um meio de influências positivas na vida dos atletas com deficiência física, promovendo a descoberta de novos caminhos, talentos e potencialidades.