Incidência e Fatores de Risco de Lesões em Jogadores de Futsal Portugueses
Por João Manuel Serranoi (Autor), Shakib Shahidian (Autor), Rogério da Cunha Voser (Autor), Nuno Leite (Autor).
Em Revista Brasileira de Medicina do Esporte v. 19, n 2, 2013.
Resumo
INTRODUÇÃO: A reduzida expressão de estudos publicados sobre a incidência de lesões no Futsal em Portugal justificou a realização deste trabalho.
OBJETIVO: Identificar as potenciais causas de lesões nesta modalidade, referência para o desenvolvimento de protocolos específicos de prevenção de lesões.
MÉTODOS: A amostra foi constituída por 411 jogadores federados de Futsal em Portugal, masculinos e femininos, de diferentes níveis competitivos. Foram utilizados os dados coletados num questionário com informação retrospectiva. O tratamento estatístico consistiu na análise inferencial entre grupos através do teste de Kruskal-Wallis e do teste para dados não paramétricos de Mann-Whitney (nível de significância de 5%).
RESULTADOS: Os resultados confirmaram a entorse da articulação tíbio–társica como a lesão de maior incidência (48,8% do total) no Futsal. As lesões com período de impedimento entre oito e 28 dias tiveram a maior expressão (52,7% do total). Este estudo não revelou diferenças significativas em relação ao gênero ou posição em que os jogadores ocupam na quadra sobre a incidência, o tipo ou a região anatômica das lesões. No entanto, verificou-se significativamente maior incidência de entorses e contraturas em situação de treino e maior incidência de roturas musculares e fraturas em jogo, sendo que essas últimas provocaram um período de impedimento maior para os atletas. Também se verificou significativamente maior incidência de lesões articulares ou ósseas, entorses e fraturas, em resultado do contato com adversários e maior incidência de lesões musculares ou ligamentares sem contato com adversários. Os resultados não evidenciaram diferenças significativas na lateralidade das lesões.
CONCLUSÃO: Os resultados realçam a importância de programas específicos de prevenção da entorse da tíbio-társica, especialmente nas crianças e jovens, independentemente da posição que ocupam na quadra, particularmente em situações de contato com adversários.