Resumo

A natação no Brasil é considerada um desporto de rendimento, praticado de modo não profissional, sem contratos de trabalho. É mantida por incentivos materiais (ajuda de custo, bolsa de manutenção, vale-transporte, vale-alimentação, etc.) e patrocínios. Ao contrário do que se acredita, não é um esporte inofensivo. Pode causar lesões por movimentos repetitivos no ombro, no joelho, no tornozelo, na coluna, etc. Além disso, o nadador se depara com doenças como otite externa, dermatites, foliculites, micoses, asma induzida pelo exercício, etc. Visando a apontar a incidência de sintomas, lesões e doenças relacionadas à natação, ocorridas nos últimos dois anos, foram aplicados questionários a 33 nadadores de competição da cidade de Campinas, sendo 57,6% do sexo masculino. Os nadadores tinham idade média de 17 ± 2 anos (de 14 a 21 anos), nadavam semanalmente 35,8 ± 5,8 km (de 20 a 42 km) e compunham a elite da natação regional: 69,7% participavam de competições nacionais e 6,1%, de competições internacionais. As alturas médias e pesos médios foram: 1,65 ± 0,04 m e 54,6 ± 6,1 kg, respectivamente, para o sexo feminino, e 1,78 ± 0,07 m e 69 ± 7,7 kg para o sexo masculino. As principais queixas de dores foram: ombro (82%), coluna (52%), ouvido (36%), joelho (33%), torcicolo (24%), tornozelo e cotovelo (12% cada). Em relação a doenças, 88% dos nadadores relataram casos de resfriado, seguido por gripe (61%), sinusite (27%), micose (15%), bronquite (12%) e conjuntivite (6%). Outras ocorrências foram: torções (12,1%), tendinites (27,3%) e outras (21,2%). Palavras-chave: Nadador de competição, natação, doenças profissionais, doenças do trabalho.Osawa, C. C. (2003). Universidade Estadual de Campinas, SP.

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