Resumo

O objeto deste estudo tem como foco a inclusão de alunos com necessidades especiais específicas no ensino regular do 1º ano do ensino fundamental e as interações entre os componentes desse grupo de alunos analisando as vantagens e desvantagens decorrentes desse processo. Os últimos anos vêm sendo significativos na pesquisa sobre a inclusão de alunos com necessidades especiais inseridos em turmas regulares do ensino fundamental. A inclusão tem sido estimulada pelo MEC possibilitando o acesso destes alunos às turmas do ensino fundamental e médio do sistema regular de ensino. Esta determinação está prevista na Constituição Federal em vigor garantindo o acesso destes alunos ao ensino regular, mas não excluindo o ensino especializado em instituições criadas para o atendimento dos alunos com necessidades especiais. A inclusão desses alunos em turmas regulares causa um problema de adequação do conteúdo regular a estes alunos tanto na classe das disciplinas teóricas como também na educação física e demais atividades diferenciadas como música, artes, literatura e informática. As diferenças geram problemas de adaptação ao currículo regular tornando-o difícil de ser aplicado. O objetivo geral desta pesquisa é apontar as principais vantagens e desvantagens da inclusão de alunos com necessidades especiais específicas em turmas regulares do 1º ano do ensino fundamental. As questões a investigar, são: a) que etnomodelos de inclusão ou exclusão são desenvolvidos durante as aulas de educação física quando são incluídos alunos com necessidades especiais? ; b) que metáforas de exclusão são utilizadas pelos alunos nas atividades das aulas de Educação Física? ; c) que ações o Colégio Pedro II vem implementando no sentido de promover a real inclusão dos alunos com necessidades especiais em turmas regulares? ; d) como tem sido feita a capacitação dos atores pedagógicos no sentido de prepará-los para a nova realidade? ; e) que ações de infraestrutura o Colégio Pedro II vem apresentando para o novo cenário? A justificativa deste estudo baseia-se na necessidade da compreensão das dúvidas pertinentes à inclusão dos alunos com necessidades especiais em turmas regulares uma vez que ainda há um desconhecimento dos resultados práticos da interação desses dois grupos e de como a educação física pode se apresentar como agente facilitador no processo de inclusão de alunos com necessidades especiais durante o processo de alfabetização. Procurar-se-á analisar as concretas possibilidades de interação social entre as crianças com e sem desenvolvimento normal, os benefícios para ambos e acima de tudo a convivência social sem a exclusão de pessoas que podem contribuir para a sociedade em geral segundo suas limitações, executando funções compatíveis com as suas possibilidades. A presente pesquisa é descritiva e qualitativa, sendo desenhada como um estudo de caso com abordagem etnográfica. A metodologia empregada no estudo foi feita através da análise documental, observação participante com permanência prolongada no campo, coleta e análise de dados registrados em um diário de campo. Foram entrevistados professores que trabalham com a turma de 1º ano do ensino fundamental onde dois alunos especiais foram incluídos, a Direção, Coordenação de Turno, Setor de Orientação Pedagógica e NAPNE.

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