Resumo

A obesidade associada ao sedentarismo influencia negativamente a qualidade de vida. Dentre as estratégias de prevenção e tratamento da obesidade, o exercício físico é uma alternativa que visa à melhora do condicionamento físico e saúde. No entanto este melhor condicionamento nem sempre está associado à perda de peso. OBJETIVO: Avaliar o efeito do treinamento em circuito, sobre o gasto energético de repouso de mulheres com obesidade. MÉTODOS: Foi realizada intervenção de treinamento físico, em circuito, em 14 mulheres (34 ± 5 anos e IMC 32 ± 2 kg/m²). O treinamento foi composto de 15 exercícios resistidos alternados por caminhada/corrida durante 8 semanas (3 vezes/semana) entre 70 a 90% da repetição máxima (RM). As voluntárias foram avaliadas antes e após a intervenção quanto: ao peso corporal, a taxa metabólica de repouso (TMR), oxidação de carboidrato e lipídio por calorimetria indireta, circunferência da cintura (CC), circunferência abdominal (CA), força muscular (RM: peitoral, costa e quadríceps) e desempenho físico aeróbio (shuttle run test adaptado). Os dados estão apresentados em média e desvio padrão (M ± DP) das avaliações pré e pós respectivamente e foram analisados pelo test t pareado. RESULTADOS: O peso corporal manteve-se (86 ± 9 kg), a TMR aumentou de 1415 ± 451 para 1789 ± 197 kcal/dia (p < 0,05), quanto à oxidação de substratos em percentual: Carboidrato diminuiu de 16 ± 13 para 6 ± 11 %; Lipídio aumentou de 79 ± 12 para 92 ± 14 % (p < 0,05). Houve redução da CC de 93 ± 5 para 90 ± 6 cm (p < 0,05). A CA não alterou (105 ± 7 e 105 ± 6). A força aumentou em todos os testes, ou seja, RM peitoral de 29 ± 6 para 35 ± 10 kg; (p < 0,05), RM costa 45 ± 7 para 60 ± 11 kg (p < 0,05), RM quadríceps 35 ± 21 para 68 ± 16 kg (p < 0,05). E para o desempenho aeróbio houve aumento de 1 estágio (p < 0,05). Não houve diferença quanto à frequência cardíaca inicial e final para o teste pré e pós-intervenção. CONCLUSÃO: O treinamento não resultou em diminuição do peso corporal, entretanto, houve aumento da TMR, oxidação lipídica e força muscular. Estes resultados evidenciam que apesar do peso estável pode sugerir aumento/fortalecimento de massa muscular. Além disso, o aumento do desempenho físico cardiorrespiratório pode ser considerado como prevenção de futuras comorbidades que a obesidade pode ocasionar.

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