Incremento da taxa metabólica de repouso em mulheres obesas independente da perda de peso
Por Camila F.C.C.M. Brandão (Autor), Gabriela B. Miranda (Autor), Flavia G. de Carvalho (Autor), Márcia V.M. Junqueira-Franco (Autor).
Em VI Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
A obesidade associada ao sedentarismo influencia negativamente a qualidade de vida. Dentre as estratégias de prevenção e tratamento da obesidade, o exercício físico é uma alternativa que visa à melhora do condicionamento físico e saúde. No entanto este melhor condicionamento nem sempre está associado à perda de peso. OBJETIVO: Avaliar o efeito do treinamento em circuito, sobre o gasto energético de repouso de mulheres com obesidade. MÉTODOS: Foi realizada intervenção de treinamento físico, em circuito, em 14 mulheres (34 ± 5 anos e IMC 32 ± 2 kg/m²). O treinamento foi composto de 15 exercícios resistidos alternados por caminhada/corrida durante 8 semanas (3 vezes/semana) entre 70 a 90% da repetição máxima (RM). As voluntárias foram avaliadas antes e após a intervenção quanto: ao peso corporal, a taxa metabólica de repouso (TMR), oxidação de carboidrato e lipídio por calorimetria indireta, circunferência da cintura (CC), circunferência abdominal (CA), força muscular (RM: peitoral, costa e quadríceps) e desempenho físico aeróbio (shuttle run test adaptado). Os dados estão apresentados em média e desvio padrão (M ± DP) das avaliações pré e pós respectivamente e foram analisados pelo test t pareado. RESULTADOS: O peso corporal manteve-se (86 ± 9 kg), a TMR aumentou de 1415 ± 451 para 1789 ± 197 kcal/dia (p < 0,05), quanto à oxidação de substratos em percentual: Carboidrato diminuiu de 16 ± 13 para 6 ± 11 %; Lipídio aumentou de 79 ± 12 para 92 ± 14 % (p < 0,05). Houve redução da CC de 93 ± 5 para 90 ± 6 cm (p < 0,05). A CA não alterou (105 ± 7 e 105 ± 6). A força aumentou em todos os testes, ou seja, RM peitoral de 29 ± 6 para 35 ± 10 kg; (p < 0,05), RM costa 45 ± 7 para 60 ± 11 kg (p < 0,05), RM quadríceps 35 ± 21 para 68 ± 16 kg (p < 0,05). E para o desempenho aeróbio houve aumento de 1 estágio (p < 0,05). Não houve diferença quanto à frequência cardíaca inicial e final para o teste pré e pós-intervenção. CONCLUSÃO: O treinamento não resultou em diminuição do peso corporal, entretanto, houve aumento da TMR, oxidação lipídica e força muscular. Estes resultados evidenciam que apesar do peso estável pode sugerir aumento/fortalecimento de massa muscular. Além disso, o aumento do desempenho físico cardiorrespiratório pode ser considerado como prevenção de futuras comorbidades que a obesidade pode ocasionar.