Resumo

Indicadores antropométricos instrumentalizam profissionais para predizer risco de quedas em idosos, entretanto, há lacunas de evidências na literatura sobre valores de referência. O objetivo foi analisar os indicadores antropométricos como testes de rastreio para quedas em idosos. Estudo com delineamento transversal de base populacional, amostragem sistemática, realizado por meio de inquérito domiciliar e avaliação da composição corporal. As medidas antropométricas foram aferidas por meio de uma balança eletrônica e estadiomêtro portátil. Utilizou aparelho de Bioimpendância para análise das medidas do índice de massa corpórea, gordura corporal e massa corporal magra. Adotou-se queda nos 12 meses anteriores à entrevista como variável dependente. Foi realizada análise discriminatória para quedas por meio da curva ROC, sensibilidade, especificidade, valores preditivos positivos e negativos. Participaram 275 idosos, cuja prevalência de quedas foi de 23,6%. O índice de massa corporal médio foi igual a 27,8kg/cm2 e 52,1% estiveram em sobrepeso. Entre os homens idosos, a estatura (ROC=0,68; IC95%=0,54-0,78) e massa corporal magra (ROC=0,63; IC95%=0,58-0,76) foram associadas à ocorrência de queda. Ao considerar os pontos de corte 52,2kg e 166cm, obteve-se sensibilidade de 75% e altos valores preditivos negativos (88,1% e 89,1% respectivamente). Para as mulheres, a massa corporal magra (ROC=0,61; IC95%=0,30-0,49) e a massa corporal (ROC=0,60; IC95%=0,53-0,72) foram relevantes a partir do ponto de corte de 28,9% e 57,2kg/m2. A massa corporal magra foi mais sensível (63,2%) e a massa corporal pouco mais específica (64,3%), ambos com altos valores preditivos negativos (82,0% e 83,0%). Os indicadores adotados foram capazes de discriminar idosos que sofreram quedas.

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