Resumo

A relação entre atividade física e saúde e os efeitos crônico-degenerativos advindos do sedentarismo estão bem evidenciados nos últimos anos. Portanto, é de suma importância que um estilo de vida mais ativo seja adotado já nas primeiras décadas de vida, visto que hábitos adquiridos em idades mais jovens tendem a ser transferidos para a fase adulta. Logo, o objetivo deste estudo é de estabelecer associação entre percepções de hábitos saudáveis e de prática de atividade física em adolescentes concluintes do Ensino Médio do Município de Londrina, Paraná. A amostra foi constituída por 92 adolescentes, selecionados aleatoriamente, com média de 18 (+1) anos, sendo 50 do sexo feminino e 42 do sexo masculino. O estudo utilizou o Questionário de Percepção de Hábitos Saudáveis (QPHAS), desenvolvido e validado por Guedes e Grondin 5 (2002), constituído por 30 questões fechadas. O nível de atividade física foi avaliado através do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ, versão curta), proposto pela Organização Mundial de Saúde (1998) e traduzido no Brasil por Matsudo et al.9 (2001). Neste instrumento foi incluída uma questão para verificar fatores que impedem ou dificultam a prática de atividade física sistematizada. Para análise dos dados recorreu-se aos procedimentos da estatística descritiva (média, desvio padrão e porcentagem de freqüência das respostas). Para verificar associações entre as variáveis analisadas foi utilizado o Teste Exato de Fischer, e para comparações entre os sexos, o Teste Z de Proporção. Os resultados obtidos indicaram uma elevada percepção sobre hábitos saudáveis (77,3%), onde uma grande proporção dos sujeitos foram classificados como ativos a muito ativos em ambos os sexos (91,4%). Entretanto, parecem existir indícios de que essas percepções possam não influenciar efetivamente comportamentos adequados relacionados à prática de atividade física. Este fato pode explicar a grande proporção de adolescentes que relataram não praticarem atividade física sistematizada (62% das moças e 33,4% dos rapazes), relatando a falta de tempo (36%) e desmotivação (21,3%) como os seus principais fatores. Logo, sugere-se que os programas de educação física procurem desenvolver, além das informações referentes sobre hábitos saudáveis, a contextualização dessas informações, procurando minimizar os fatores que impedem ou dificultam a aquisição ou manutenção de um estilo de vida mais saudável.

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