Resumo

O aumento da rigidez arterial leva ao retorno mais rápido das ondas refletidas provenientes da periferia, gerando assim um aumento da pressão arterial sistólica aórtica. Estudo prévio em hipertensos verificou que as ondas refletidas diferem entre homens e mulheres, entretanto, pouco se sabe se essas diferenças podem ser generalizadas para os pacientes com fibrilação atrial. OBJETIVO: Analisar se a pressão arterial aórtica e os indicadores de onda refletida são influenciados pelo sexo em pacientes com fibrilação atrial. MÉTODOS: Vinte e sete pacientes com fibrilação atrial foram convidados a participar do presente estudo. Destes, dez pacientes apresentaram irregularidades no eletrocardiograma que impossibilitaram a medida da pressão aórtica, dos indicadores de onda refletida e da rigidez arterial. Por fim, 17 pacientes foram incluídos nas análises. A pressão arterial aórtica e o indicador de onda refletida aórtica (índice de aumento 75bpm) foram obtidos por meio da análise de onda de pulso da artéria radial, utilizando-se da técnica de tonometria de aplanação (Sphygmocor, Atcor Medical, Austrália). O teste T independe foi utilizado para comparar o índice de aumento 75bpm e a pressão arterial aórtica de acordo com o sexo (p < 0,05). RESULTADOS: Foi possível observar que as mulheres apresentam uma maior pressão arterial sistólica aórtica (120mmHg vs 106mmHg; t = 2,18; p = 0,046) e um maior índice de aumento 75bpm (32% vs 14%; t = 2,82; p = 0,013) em comparação aos homens. Nenhuma diferença foi observada para a pressão arterial aórtica diastólica e média, bem como a velocidade de onda de pulso carótidafemoral. CONCLUSÃO: A pressão sistólica aórtica e a onda refletida aórtica são maiores nas mulheres com fibrilação atrial em comparação aos homens.