Resumo

A obesidade, considerada um dos maiores problemas de saúde pública, favorece o surgimento de diversas doenças crônico-degenerativas. O combate ao agravo apresentado envolve cirurgias bariátricas, fármacos, restrições calóricas e atividade física sistematizada (AFS). Programas para controle do peso podem incluir movimentos cadenciados por tempo prolongado ou de forma intermitente, denominados treinamento contínuo (TC) e intervalado (TI), respectivamente. Exercícios realizados em ambiente aquático proporcionam maiores atrativos por aumentar o dispêndio de energia e apresentar redução de impacto. Entre as atividades em meio líquido há a Corrida em Piscina Funda (CPF), em que o indivíduo utiliza flutuador preso à cintura permitindo desempenhar o movimento de corrida na água sem contato com o chão. Em estudo experimental com trinta mulheres, entre 34 a 58 anos de idade, investigaram-se os efeitos do TC versus TI, através da CPF, para controle e prevenção do acúmulo excessivo de adipócitos, sem restrição alimentar, melhoria da condição física e da Qualidade de Vida (QV) e possíveis correlações de tais mudanças com indicadores dermatoglíficos de aptidão física (IDA). A intervenção teve duração de doze semanas, com três sessões semanais de 47 minutos de duração. Verificaram-se o percentual de gordura (%GC), flexibilidade, forças manual e toracolombar, condição cardiorrespiratória, QV e IDA. Aplicaram-se os testes estatísticos t de Student, o não paramétrico de Wilcoxon e o coeficiente de Spearman. Discussões a 5% de significância. Resultados indicam diminuição do %GC (p<0,001), aprimoramento da flexibilidade (p<0,001), da tração toracolombar (p<0,01) e da cadência (p=0,005). Na QV houve avanços nos quatro domínios (p=0,05) do questionário da Organização Mundial da Saúde. Observou-se também que idade e cadência não interferem na evolução das variáveis investigadas após o programa proposto. Para IDA obteve-se associação entre: i) com peso e cadência com contagem de linhas da mão direita (p<0,05); ii) %CG e ângulo atd unilateral esquerdo (p<0,05); iii) massa corpórea, cadência e tração toracolombar com contagem total de linhas digitais das duas mãos; iv) flexibilidade e número de linhas a-b (p<0,05) e v) condição cardiorrespiratória com número de linhas A'-d da mãos direita e esquerda (p<0,05 e p<0,01, respectivamente). Concluindo, a CPF mostra-se interessante por oferecer mudanças da composição corporal tanto para aquelas que realizaram o TC quanto o TI. O TI propicia o dobro de redução do %GC e maior ganho da condição cardiorrespiratória, quando comparado ao TC. Para as demais capacidades biomotoras e QV não se observam diferenças entre TC e TI. Nem a faixa etária do praticante nem o tipo de treinamento limitam os benefícios alcançados para aptidão física e QV. Têm-se a contagem de linhas da mão direta (RRC) e de ambas as mãos (TRC), contagem de linhas a-b e A'-d e ângulo atd como IDA da população investigada.

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