Indices de massa muscular inicial impacta positivamente na redução da gordura visceral em mulheres com 40 anos ou mais após treinamento de força
Por Bruno Estevam dos Santos (Autor), Jonathã Luiz Justino da Silva (Autor), Augusto Corrêa de Queiroz Freitas (Autor), Sebastião Henrique Assis da Silva (Autor), Giovanni Gondim Tomaz (Autor), Markus Vinicius Campos Souza (Autor), Fábio Lera Orsatti (Autor).
Em IX Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
Altos índices de gordura visceral em mulheres na pós-menopausa estão relacionados com maior risco de morbidades e mortalidade. O treinamento de força (TF) é usado como um meio para reduzir a gordura visceral (GV). No entanto, as alterações da GV dependentes do TF são heterogêneas em mulheres na pós-menopausa. Diante disto, identificar mediadores que reflitam reduções da GV são esforços desafiadores, uma vez que a diminuição da GV é dependente de um balanço calórico negativo induzido pelo TF. OBJETIVO: Verificar se a quantidade de massa muscular influencia a perda de GV após 24 semanas de TF. MÉTODOS: Foram selecionadas 66 mulheres [idade: 61±7,6 anos, atividade física: 386±370 min./semana, GV: 1107±598, % gordura: 43±5%, índice de massa muscular (IMM): 7±1Kgm²] de um projeto longitudinal de TF. Nesse projeto foram aplicados diferentes protocolos de treinamento: [protocolo 1 (n=19): série única de 8 a 12 RM; protocolo 2 (n=23): série única de 25 a 30 RM; protocolo 3 (n=13): três séries de 8 a 12 RM; protocolo 4 (n= 11): seis séries de 8 a 12 RM]. O TF foi composto por oito exercícios (leg press 45°, peck deck, flexão de perna, puxador de costas, extensão de perna, tríceps scott, panturrilha em pé, e abdominal supra no chão), com intervalo entre as séries de 90 segundos durante toda intervenção com frequência de treinamento de três sessões por semana em dias alternados (24 semanas). A composição corporal e o IMM foram obtidos pela absorciometria de raio-X de dupla energia (Lunar iDXA, GE Lunar, Madison, Wis., USA). A GV foi obtida por meio de iDXA (Encore software, versão 14.10). A energia total foi obtida através de um recordatório alimentar de 24 horas em dois dias durante a semana e um no final de semana. Para análise estatística utilizou-se regressão linear múltipla e P<0,05. RESULTADOS: Houve uma redução de 64±170g na GV, sem diferença entre os protocolos (P=0,323). Houve uma associação negativa entre o IMM e as alterações da GV, independentemente da idade, consumo de energia, protocolos de treinamento, tempo de AF e frequência de treinamento (B=-52,8, EP=21,3, P=0,017). CONCLUSÃO: A quantidade de massa muscular no início do TF é independentemente associada à redução da GV em mulheres na pós-menopausa.