Indisciplina em Projetos Sociais Escolares
Por R. Venditti Jr. (Autor), L. A. Ferreira (Autor).
Resumo
O projeto "Ensinando e aprendendo o Handebol" proporciona bases educativas para que estudantes vivenciem o handebol em todas as suas dimensões, que garante aos participantes convívio social e atividades educativas e esportivas. O presente estudo busca levantar ações comportamentais de indisciplina que ocorrem nas aulas de Handebol deste projeto social, destacando em 12 sessões semanais de 60 minutos (por turma e faixa etária) o conjunto de ações que apresentam maior incidência nas aulas em duas turmas deste projeto. Com isso, busca-se discutir as questões indisciplinares ocorridas nessas aulas e propor ações integradas para melhoria da dimensão atitudinal desses alunos, facilitando as ações pedagógicas dos profissionais de Educação Física (EF) envolvidos no projeto. Indisciplina pode ser definida como um procedimento, ato dito contrário à disciplina; desobediência; desordem e/ou rebelião. A indisciplina é apontada como fator limitante no desenvolvimento das aulas, até mesmo por professores experientes. Os problemas indisciplinares envolvem os valores que regem a sociedade, a escola, a criança e a moral que ditam o contexto social. A indisciplina é um dos principais agentes que afetam o desempenho do professor, podendo causar estresse e a longo prazo a síndrome de Burn-out, resultando também em insatisfação profissional e depressão. As principais causas encontradas da indisciplina são: fatores biológicos, familiares, socioeconômicos, psicossociais, ambiente escolar e a organização das aulas. É necessário que os professores de EF também abordem em aula questões relativas à formação humana e à convivência, levando em consideração os aspectos e contextos socioculturais. Transmitir os conhecimentos na área de esportes e educar os alunos para a vida em sociedade é papel de um profissional que trabalha com a iniciação esportiva e que tenha preocupações pedagógicas de transmitir esses conhecimentos para seu aluno, para assim se tornarem cidadãos críticos e conscientes de seu tempo e espaço social. Os relatos da pesquisa apontam as ações indisciplinares com maior incidência detectadas durante os encontros, listadas a seguir: conversa paralela; brigas e discussões; desatenção e desinteresse; desrespeito às regras e normas de convivência; enfrentamento das autoridades e falta de limites; agitação dentre outros. A falta de limites traduz uma crise de valores que vivemos atualmente, sendo que muitos professores tomam medidas preventivas contra a indisciplina, uma delas é a apresentação do conteúdo aprendido em aula e a elaboração de regras relativas à aula de EF. Porém, regras rigorosas parecem ter um efeito contrário, que acomete o aumento dos conflitos vistos. Os métodos de ensino pautados na repetição, na punição e no controle excessivo provocam a revolta no estudante, aumentando os conflitos professor-aluno e a disputa de poder. Sendo assim, propomos alternativas de comunicação e diálogo na relação professor aluno e estratégias de aulas diferenciadas.