Resumo

Trata-se de uma pesquisa teórica que verifica as relações existentes entre saúde mental e saúde publica a partir da identificação dos principais problemas referentes à infância em recomendações divulgadas pela Organização Mundial da Saúde nos seguintes momentos históricos: início da década de 1950, meados da década de 1970 e primeiros anos do século XXI. Apresenta a diversidade presente na construção do campo da saúde mental, as principais perspectivas teóricas e o lugar da clínica psiquiátrica e psicanalítica nesse processo. Ações dirigidas à infância pelo movimento da Higiene Mental, nas primeiras décadas do século XX, também são analisadas. Verifica-se que a prevenção se instaura como principal modelo de assistência. A saúde materno-infantil, a escola e a família são os principais componentes das medidas preventivas propostas. Nestas recomendações, evidencia-se uma relação de quase equivalência entre psiquiatria e saúde mental. A diversidade deste campo é substituída por um discurso relativamente hegemônico, no qual a noção de adaptação ocupa lugar central. Nas recomendações da OMS, deste início de século, observa-se a influencia das neurociências, da psiquiatria biológica e das terapias cognitivo-comportamentais.

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