Resumo

Esta tese apresenta um estudo da infância marcado por processos de partilha das relações sociais e produção da cultura. Propõe discutir a presença e a importância do brincar e da brincadeira na formação humana de crianças de 0 a 6 anos, filhos e filhas de famílias empobrecidas. Mediante a observação do cotidiano, pretendi conhecer processos de institucionalização de uma Educação Infantil que acontece em uma creche comunitária conveniada com a Prefeitura de Belo Horizonte. Foram analisados tempos, espaços e relações pedagógicas que se expressam como uma “educação corporal”. Também foram realizadas entrevistas individuais e coletivas, trazendo a fala das professoras para o centro das relações de elaboração da pesquisa. Foram focalizados os lugares sociais e os discursos que condicionam e materializam os sujeitos no processo de escrita de uma história da Educação Infantil, enfantizando, nesse sentido, o projeto cultural que, em Belo Horizonte, constitui a formação e a trajetória de crianças e professoras. Esta tese vem realçar uma atenção aos significados que emergem das experiências e da narrativa de uma história partilhada, destacando a importância de reassumir uma condição de sujeitos na produção das práticas, das teorias, dos instrumentos e dos processos de apropriação e deciframento do mundo. As brincadeiras, as artes e as práticas corporais evidenciaram-se como conhecimentos contextualizados em uma cultura contemporânea. Tanto trazem marcas de uma institucionalização das relações como abrem brechas para a mediação das experiências sociais, revelando-se como dimensão ética e estética do humano, tempo-espaço de ampliação das possibilidades de ler o mundo e escrever uma história coletiva. 

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