Resumo

No processo do envelhecimento ocorre alta incidência de doenças crônicas e degenerativas que, muitas vezes, resultam em elevada dependência. A dor crônica é a principal queixa do idoso, fato que pode interferir de modo significativo na estrutura da sua identidade corporal. Ultimamente a disseminação da prática de atividade física para idosos vem sendo preconizada como uma intervenção importante para garantir um envelhecimento saudável. Acreditamos que é importante disponibilizar ao professor de Educação Física informações que permita realizar a abordagem do idoso com dor crônica durante a prática de atividade física considerando suas necessidades especiais. Dessa forma o objetivo deste trabalho foi verificar se a intervenção da prática de atividade física sistematizada com exercícios resistidos e exercícios recreativos poderia intervir na auto-imagem e na auto-estima e na percepção da dor em pessoas idosas com dores crônicas. A amostra foi constituída por idosos pertencentes ao projeto de extensão da Faculdade de Americana, denominado musculação para idosos, sendo divididos em dois grupos: um grupo com atividade física - GCAF (n=13) e um grupo sem atividade física - GSAF (n=12). A auto-imagem a auto-estima foi determinada por meio de aplicação do questionário proposto por Steglich(1978) e a percepção de dor foi avaliada através da escala analógica visual de dor - EVA. O grupo com atividade física - GCAF foi submetido a um programa de exercícios resistidos e exercícios recreativos durante três meses. O grupo sem atividade física - GSAF realizou encontros quinzenais com o pesquisador/responsável realizando atividades de sociabilização durante três meses. Como resultados observou-se que a auto-imagem do grupo sem atividade física - GSAF para o antes e depois do período proposto de encontros não alterouse. Com relação à auto-estima ocorreu uma pequena diferença após o programa. O grupo com atividade física - GCAF não apresentou alterações na variável auto-estima. Quando comparados os dados antes e depois após o programa de atividade física na variável da auto-imagem não ocorreu diferenças. A percepção de dor do grupo com atividade física - GCAF para o grupo sem atividade física - GSAF houve diferença da percepção de sensibilidade de dor para ambos os grupos. O grupo com atividade física - GCAF antes das intervenções dos programas de atividades físicas mostrava uma sensibilidade significativa conforme a Escala EVA, após as atividades físicas o mesmo grupo apontava uma sensibilidade menor com a apresentada anteriormente. O grupo sem atividade física - GSAF também mostrou uma diminuição na sensibilidade de dor, conforme a escala EVA. Mas, não estatisticamente conforme o grupo com atividade física - GCAF. A reflexão neste trabalho nos leva a valorizar a formação abrangente do profissional de Educação Física, reconhecendo o mesmo como professor qualificado e apto a lidar com o complexo do valor humano, no contexto da formação da área em educação física.

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