Influência da Complexidade da Tarefa no Tempo de Reação Simples
Por Cláudio Manoel Ferreira Leite (Autor), Adriana Paula Coelho Cavalcante (Autor), Marcio Colen Barcellos Junior (Autor), Fernanda Santos Oliveira (Autor), Camila Menezes (Autor), Herbert Ugrinowitsch (Autor), Rodolfo Novellino Lacom Benda (Autor), Fabiano de Souza Fonseca (Autor), Renata Câmara de Oliveira Santos (Autor), Michela Alves (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
Aumentos no nível de complexidade dos movimentos resultam em maior demanda
de tempo de programação, e tal demanda acarretaria em tempos de reação (TR)
mais longos (HENRY & ROGERS, 1960; KLAPP, 1980). Este estudo objetivou verificar
o comportamento do TR simples em 5 tarefas de complexidade distintas. O material
utilizado para coleta consistiu de 1 plataforma retangular de 102 x 64 cm com 6
orifícios, 1 chave de respostas com estímulo luminoso, 3 bolas de tênis e Software
para registro. Dez universitários voluntários de ambos os sexos entre 18 e 25 anos
divididos em 2 grupos executaram as tarefas em ordem inversa de complexidade.
As tarefas (T) consistiam em soltar a chave de respostas a partir do estímulo luminoso
e o transporte das bolas entre os orifícios, com exceção da primeira tarefa, ou seja, as
tarefas foram:T1: liberação da chave de respostas;T2: liberação da chave de respostas
e 1 componente de transporte;T3: liberação da chave de respostas e 2 componentes
de transporte; T4: liberação da chave de respostas e 3 componentes de transporte;
T5: liberação da chave de respostas, 6 componentes de transporte com utilização
dos 2 membros superiores. Foi realizado 1 bloco de 5 tentativas para cada tarefa, que
foram demonstradas anteriormente à prática. Os valores médios de TR encontrados
foram: T1= 376,70+63,48; T2= 460,37+90,72; T3= 390,40+45,38; T4=
470,00+149,32 e T5= 796,27+406,53.A ANOVA one-way indicou diferença entre
os TRs [F (4,45)=5,2, p=0,0016] e o post-hoc de Tukey mostrou diferença de T5
para as demais (p<0,05). Os resultados confirmaram parcialmente a proposição de
HENRY e ROGERS (1960). De acordo com estes autores deveria haver diferença entre
todas as tarefas, entretanto, os resultados apresentados encontram respaldo na
literatura (CHRISTINA et al., 1982). É possível que a ausência de diferença entre T1,
T2,T3 e T4 tenha ocorrido devido à combinação de programação on-line (CARLTON,
1981) e a similaridade no 1º movimento destas tarefas. A diferença verificada entre
a T5 e as demais pode ter ocorrido devido a um aumento na demanda cognitiva
imposta por aumento acentuado nos graus de liberdade (BERNSTEIN, 1967) uma vez
que foram usados os 2 membros superiores. Sugere-se a realização de novos estudos
para análise mais detalhada dos aspectos de pré-programação.