InfluÊncia do Condicionamento AerÓbico no Teste de AptidÃo no Tiro do ExÉrcito Brasileiro ApÓs Uma Marcha de 16 Km
Por Rodrigo Ferraz Silva (Autor), Rodrigo Verônimo Lameira (Autor), Julio Cezar Fidalgo Zary (Autor).
Em Revista de Educação Física - Centro de Capacitação Física do Exército, n 129, 2004. Da página 5 a 11
Resumo
A atividade militar, principalmente nas unidades operacionais, exige de seus integrantes um adequado grau de condicionamento físico. Os militares bem preparados fisicamente possuem maior prontidão para o combate, demonstrando maiores níveis de autoconfiança e motivação, além de possuir uma maior aptidão para suportar o estresse debilitante do combate (O’CONNOR, BAHRKE & TETU, 1990). Uma tropa em operação de combate executa a atividade de marcha com bom rendimento quando chega ao seu destino no tempo previsto e em condições de cumprir a missão recebida, coadunando para o seu sucesso, dentre outros fatores, o grau de instrução, o moral e o vigor físico (BRASIL, 1980). A eficiência do tiro é de fundamental importância no combate, contribuindo para o sucesso ou o não cumprimento das missões. Em determinados exercícios de tiro é feita uma apreciação qualitativa (menção) que, além de indicar a suficiência do desempenho individual, expressa a adequação técnica e a eficiência do atirador (BRASIL, 2001). O objetivo deste estudo foi verificar se os militares mais aptos fisicamente possuem desempenho mais elevado no Teste de Aptidão no Tiro – TAT (BRASIL, 1981), após realizarem uma marcha de 16 km. Participaram da amostra 30 soldados do efetivo profissional do 27° Batalhão de Infantaria Pára-quedista (27° BIPqdt), com idade de 21,79 ± 1,59 anos, massa corporal de 71,42 ± 6,58 Kg, estatura de 175,8 ± 5,44 cm, percentual de gordura de 10,37± 6,26, com aptidão física de diferentes níveis e mesma menção em testes de tiro (TAT), em condições de repouso. A amostra foi dividida em dois grupos de acordo com o condicionamento físico e foram realizados um pré e um pós-TAT e uma marcha de 16 km. Foram utilizados os seguintes protocolos: três dobras cutâneas (JACKSON & POLLOCK, 1978) para determinação da densidade corporal, equação de Siri (1961) para estimativa do percentual de gordura (G%), Teste de Avaliação Física – TAF (BRASIL, 1997) para avaliação física e o TAT (BRASIL, 1981) para avaliação no tiro. A marcha de 16 km seguiu as normas gerais de ação (NGA) do 27° BIPqdt quanto ao equipamento individual, aprestamento da tropa e tempo de execução. Foi utilizado o teste de Wilcoxon para amostras pareadas não paramétricas, tendo como resultados do teste e reteste do grupo 1, de melhor condicionamento físico, 9,06 ± 1,16 e 9,27 ± 1,58 e o grupo 2, de menor condicionamento físico, foram 9,6 ± 0,91 e 9,07 ± 1,22, ambos de um máximo de 10 impactos no alvo. Da análise dos resultados observou-se que o grupo de militares com um menor condicionamento físico apresentaram variação negativa na eficiência do tiro após uma marcha de 16 km. Destarte, conclui-se que a aptidão física é um fator de grande importância para a eficiência do tiro nas operações militares, corroborando com as evidências verificadas em diversos relatos, como os da campanha do Exército Britânico nas Ilhas Falkland e os das ações do Exército Americano em Granada. Palavras Chaves: Condicionamento Físico, Militares, Teste de Aptidão no Tiro.