Resumo

O objetivo do presente estudo foi verificar os efeitos da crioterapia de imersão em indicadores de dano muscular induzido pelo exercício em atletas. Para tanto, 15 atletas de triatlon (Idade: 26 ±4,6, Peso: 77,4 ± 4,9 kg, Estatura: 179,3 ± 6,4 cm, %G: 11,5 ± 1,2) inicialmente realizaram uma avaliação de esforço máximo na esteira, para a determinação da FCMÁX e VO2MÁX. Posteriormente, os atletas foram divididos em dois grupos: experimental (n=8) e controle (n=7). Os dois grupos foram submetidos a um protocolo de exercícios excêntricos (4 séries de 10 repetições) para extensores e flexores de joelhos no dinamômetro isocinético. Logo após o exercício foram divididos aleatoriamente e submetidos a 15 minutos de imersão em água gelada (15ºC) ou grupo controle (15 minutos sentado). Todos os sujeitos foram submetidos a 5 coletas de sangue intravenoso sendo elas: antes do exercício, imediatamente após, 1 hora, 24 e 48 horas após o protocolo de recuperação. As variáveis sanguíneas analisadas foram: leucócitos, neutrófilos, CK, LDH, mioglobina e cortisol. Nos mesmos momentos de coletas sanguíneas foram realizadas as coletas de sensação de dor muscular por meio das escalas EVA e Likert, altura de saltos por meio do squat jump na plataforma de saltos e de amplitude de movimento (ADM) de extensão ativa de joelhos. Na análise estatística, foi utilizada a técnica descritiva (média, desvio padrão, valor mínimo e máximo), ANOVA para Medidas Repetidas seguida do Post-Hoc de Fisher para comparação entre grupos. Para essas análises foi utilizado o software Statistica 6.0, com significância fixada em p<0,05. Com relação às variáveis bioquímicas, leucócitos, neutrófilos e cortisol não apresentaram diferenças. A atividade da CK total foi menor no grupo crioterapia, no momento 48 horas após a recuperação, em relação ao grupo controle. A LDH e a mioglobina apresentaram estabilização de seus valores no grupo crioterapia nos momentos 24 e 48 horas para LDH e 48 horas para a mioglobina. Além disso, a sensação de dor muscular aumentou em todos os momentos após a recuperação em ambos os grupos. A altura da impulsão vertical diminuiu logo após e 1 hora após a recuperação, porém o grupo crioterapia retornou aos valores pré – exercício mais rápido. A ADM de extensão ativa de joelhos do grupo controle, no momento 48 horas após a recuperação, diminuiu em relação ao momento pré – exercício, fato que não ocorreu no grupo crioterapia. Dessa forma, foi observado que a imersão em água gelada pós – exercício provoca efeitos benéficos em marcadores indiretos de dano muscular, sendo eficaz para a recuperação muscular.

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