Influência da atividade física e adiposidade corporal na relação entre qualidade do sono e inflamação de pacientes da atenção básica
Por Eduardo Pereira da Silva (Autor), Ana Paula Rodrigues Rocha (Autor), Carolina Rodrigues Bortolatto (Autor), Kelly Akemi Kikuti Koyama (Autor).
Em VI Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
Sabe-se que o nível de atividade física (AF) e a adiposidade corporal (AC) são variáveis relacionadas entre si e que também afetam a qualidade do sono. Da mesma forma, desordens do sono têm sido relacionadas a processos inflamatórios, os quais têm papel decisivo no desenvolvimento de doenças. Entretanto, pouco se sabe sobre o papel da AF e AC na relação existente entre qualidade do sono e seus efeitos em processos inflamatórios. OBJETIVO: Analisar se a prática de AF e a AC afetam a relação entre qualidade do sono e inflamação em adultos atendidos pelo SUS. METODOS: Para compor a amostra, participaram do estudo 170 pacientes de ambos os sexos, com idade ≥ 50 anos, atendidos em duas unidades básicas de saúde de Presidente Prudente. A qualidade do sono foi avaliada por meio do Mini-Sleep Questionnaire (10 questões sobre a qualidade do sono, com escore oscilando de 10 a 70), alterações do sono foram identificadas quando o participante atingia escore ≥ 25 pontos. A avaliação da inflamação foi avaliada por valores de proteína C-reativa (PCR), através de coleta e análise sanguínea por laboratório especializado. As variáveis AF e AC foram consideradas como fatores de confusão, sendo que, para informações referentes ao nível de AF, foi utilizado o escore gerado pelo questionário desenvolvido por Baecke e colaboradores e a AC (em valores percentuais de gordura) foi avaliada pela impedância bioelétrica (InBody, modelo 230). A analise estatística foi composta pelo teste t independente e análise de covariância (ANCOVA) ajustada por AF e AC. As análises foram realizadas no programa BioEstat 5.0 (p-valor < 0,05). RESULTADOS: Dos 170 pacientes, 54 eram homens (31,8%) e 116 mulheres (68,2%), com idade media de 61,45 ± 8,71 anos. O valor médio de PCR para toda a amostra foi de 4,27 mg/L (IC95%: 3,30 a 5,25). O grupo sem alteração do sono apresentou PCR médio de 2,82 mg/L (IC95%: 1,86 a 3,79) e o grupo com alteração do sono de 5,07 mg/L (IC95%: 3,67 a 6,47) (p-valor = 0,006). No modelo ajustado (ANCOVA) por fatores de confusão o efeito do sono sobre a inflamação perdeu significância (p-valor = 0,059; explicando 2,3%), ao passo que a AF (p-valor = 0,003; explicando 5,5%) e a AC (p-valor = 0,001; explicando 7,5%) explicaram variância importante nos valores de inflamação. CONCLUSÃO: A relação entre qualidade do sono e inflamação parece significativamente influenciada por AF e AC entre pacientes do SUS